Por Victor Chimenez
Dona Aparecida vê o que restou da sua casa e lamenta: - Meu Deus do céu e agora o que será da minha vida, perdi meus móveis, perdi minhas roupas, meu sustento, perdi a dignidade.
Esse é apenas um exemplo de tantos outros de uma cidade onde o caos tomou conta. Rio de Janeiro, cartão postal brasileiro, inspiração de tantas músicas, inclusive de Gilberto Gil, que cantava que a cidade continua linda, hoje é um retrato da falta de infraestrutura e abandono por parte da administração pública.
O resultado é evidente, com essas chuvas que causaram mais de cento e trinta mortos, a cidade do Rio de Janeiro mostrou o seu outro lado, o lado da tristeza, da falta de bom senso e comprometimento de suas autoridades.
O Rio de Janeiro que representa treze porcento de toda a riqueza nacional, uma cidade com suas belezas exuberantes, a capital do petróleo e do gás natural, e sede das Olimpíadas de 2016, hoje sofre, sofre como se fosse uma cidade pequena sem perspectiva de desenvolvimento, sem perspectiva de futuro, um futuro assustador, um futuro que assola e está presente em cada bairro, em cada casa que desaba com a chuva que não tem data e nem hora marcada.
Uma cidade como o Rio de Janeiro sofre por ser uma cidade que não se preocupou em investir em infraestrutura e hoje ainda pensa em sediar jogos olímpicos. O Rio de Janeiro não aprendeu que ainda precisa cuidar da segurança, precisa cuidar de saneamento básico, precisa ajeitar seu sistema de transporte e modernizar o seu sistema urbanístico.
O resultado disso tudo é patente, o Rio de Janeiro hoje parece um amontoado de morros, um amontoado de pessoas que amontoadas pedem ajuda e desesperadas pedem um lugar ao sol.
É... o Rio de Janeiro continua lindo, o Rio de Janeiro sendo... Sendo uma capital que ainda não amadureceu como metrópole, ainda não acordou e ainda sonha em sediar os jogos olímpicos com competência e esplendor. Infelizmente, enquanto a administração pública pensar assim, o povo carioca continua assim, abandonado, desassistido e vivendo de sonhos.
* Dona Aparecida é um personagem fictício, uma ilustração, numa história que, infelizmente, é real.