sábado, 30 de agosto de 2008

Um voto mais honesto

A mulher refletia há alguns minutos. Parada ela olhava para cima, logo depois descia, avaliava seu sapato novo, seu jeans que acabara de sair da loja. Sua vida havia mudado. Era nisso que pensava. Sem dúvida essas eleições foram as que deram os melhores frutos a ela. Lembrava da cesta básica, da TV - que não era 29 polegadas, mas podia transmitir a novela – havia também a bicicleta de seu filho, o emprego de sua filha. Junto a isso o liquidificador, as prestações atrasadas da geladeira nova, as contas pagas. Ela sorriu ao lembrar das onze coisas que conseguira arrancar de onze, dos doze candidatos a vereador de sua cidade.

Dona Maria, como era conhecida em seu bairro, era uma mulher honesta, trabalhava de doméstica para poder sustentar seus nove filhos. Filhos que colaboraram muito na conquista de todos esses presentes acima. A mulher estava feliz com tudo isso, mas algo a incomodava muito: o décimo segundo candidato, esse não a subornou. Bem que ela havia tentado, foi em sua casa, expôs os 11 votos que ele conseguiria se desse a ela um fogão novo, mas nada. Sem desistir diminuiu a exigência, o gás do mês, isso ele não poderia negar, porém o homem recusou novamente. Irritada, a mulher se pôs a xingar, armou um barraco, sentiu-se ofendida, não adiantou. Ela pensava nisso, ali, de frente para aquela máquina com teclas de 0 a 9, com um “confirma”, um “corrige” e um “branco”.

Mudando o apoio de uma perna para outra, a mulher, voltou ao passado, bem antes de ter se vendido a políticos inescrupulosos e normais. Ela lembrou de sua vida sofrida, da fome de seus filhos, do quanto seu marido trabalha para colocar menos de um salário mínimo dentro de casa. Ela viu a cena, uma lágrima invadiu seu rosto seco e coberto de rugas de idade e de sofrimento. Não queria só aqueles presentes momentâneos, queria uma vida e isso aqueles onze ordinários não prometeram a ela. Era o momento de se decidir, a fila para a votação já estava grande, todos chiavam.

No caminho para casa veio cheia de si, estava orgulhosa de ser como é. A mulher ansiava pelo resultado, tinha quase certeza que seu 12° homem iria vencer. Ele sim, pensava ela, não tentou me comprar com presentes fugazes, esse é honesto. E dona Maria viveu feliz. Naquelas eleições acertou, o 12°, o que não a subornou, venceu. Uma pena que isso não tenha sido um sinal de moralidade, o fato foi que durante 4 anos o homem nada fez, apenas uns desviozinhos aqui, um suborninho ali. Mas dona Maria nem viu.


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pra inglês ver



O Chelsea anunciou a contratação de Robinho no seu site oficial, um dia depois teve que retira-lo em virtude da proibição e a insistência do Real Madrid em não libera-lo. Um tiro na água. O clube londrino antecipou a "CONTRATAÇÃO" mais cara da história (40 milhões de euros ou 90 milhões de reais) e recebeu um sonoro não do time espanhol. O quase certo se tornou duvidoso depois que o time madrilenho proibiu a saída do seu maior astro e ainda exigiiu a sua retratação à imprensa espanhola e mundial. Robinho não sai do Real Madrid.
E a novela envolvendo o craque brasileiro não terminou com um final feliz para os ingleses. É certo que os dirigentes espanhóis não gostaram nada da atitude do clube inglês ao antecipar-se aos fatos e colocar ontem, na loja online do clube, a camiseta de Robinho à venda.
Uma atitude no minimo precipitada do Chelsea em anunciar a contratação de Robinho, um time que já tem várias estrelas e segue firme na ponta do campeonato inglês jamais poderia ter cometido uma gafe dessa , nunca poderia ser vítima de uma empolgação e até mesmo um desequilibrio, um time que tem estrutura e um time capaz de vencer todos os torneios que disputa , além de ter um poderio financeiro e até político na Europa jamais poderia se submeter a esse tipo de atitude. Uma vergonha para um time da grandeza do Chelsea.
Hoje mesmo todo os jornais espanhóis mostravam em suas capas a recusa do time madrilhenho à proposta do Chelsea.
Segundo os dois jornais, o atacante, além de ver frustrado o seu desejo de atuar no futebol inglês no time dirigido pelo técnico Luiz Felipe Scolari, terá de pedir perdão ao clube e à torcida por ter dado declarações à imprensa de que desejava deixar o Real Madrid. No último fim de semana, ele chegou a ser vaiado e xingado de mercenário pela torcida do Real, durante a decisão da Supercopa da Espanha diante do Valência.
O "As" afirma que o técnico alemão Bernd Schuster foi o principal responsável pela permanência de Robinho no Real Madrid. Segundo o diário, Schuster prometeu que reconduzirá o atacante ao time. As palavras do presidente são reforçadas por Predrag Mijatovic, diretor de esportes do Real Madrid. O Chelsea foi da euforia a frustação, infeliz a atitude, paga-se o preço disso agora.

Drenthe meio campista do Real Madrid disse que o relacionamento dos jogadores com Robinho não foi machado, cuntinua o mesmo

Acompanhe no site do jornal As:

http://http://www.as.com/futbol/articulo/drenthe-robinho-tiene-pedirnos-perdon/dasftb/20080829dasdasftb_8/Tes

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O documentário

O século XX conheceu vertiginosa evolução científica e tecnológica nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Se foi fácil batizar o século XVIII como o "Século das Luzes" ou o século XIX como o "Século da Razão", não haverá a mesma facilidade para encontrar a denominação mais adequada para o século XX. Afinal, foi o século das guerras mundiais, da bomba atômica, do automóvel, da mulher, das minorias, do avião, das viagens espaciais, da internacionalização da economia, do comunismo, do fim dos impérios colonialistas, da eletrônica, dos transplantes, da indústria cultural, da clonagem, da internet...
Estamos disponibilizando nesse blog, o documentário: Nós que aqui estamos por vós esperamos, é uma série que fala sobre o nosso século XX , O século das inovações , de guerras mas também transformações, aqui disponiblizaremos um trecho mais curto do documentário, pois é muito extenso, mas vale a pena curtir essa obra de arte

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Quem morreu?


"Que cara é essa, morreu alguém?". Dessa maneira "delicada", Dunga começou a entrevista coletiva de imprensa após a conquista da medalha de bronze pelo time de futebol do Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Até o próprio Dunga confirmou isso:"Aqui dentro tinha esquema. Comigo não tem. Acabei com o privilégio, e isso causa revolta", disse o treinador, mostrando claramente que tentou dar nova cara ao relacionamento entre comissão técnica, jogadores e imprensa desde que assumiu o "trono" de técnico da seleção em 2006.De fato Dunga não permitiu que o time do Brasil se tornasse uma espécie de figurinha carimbada da Globo, como havia acontecido com o time do Brasil de Parreira na Copa da Alemanha.
Só que, naquela ocasião, Dunga atuava como comentarista pelo BandSports. Da cabine do estádio em Frankfurt, viu o time de Parreira ser aniquilado por Zidane e Cia. E percebeu, na pele, a dificuldade que a imprensa "comum" tinha em conseguir alguma coisa com aquela seleção.Quando assumiu o comando brasileiro, Dunga fez mais ou menos o jogo que acabou tornando-o figura abominável pela mídia em 1994. Sem regalias, sério, fechado, jogando duro. Assim começou a ser implantado o "estilo Dunga" na equipe do Brasil.Só que, diferentemente de 1994, a seleção não ganhou o caneco, ou o ouro. Amargou o terceiro lugar, e com isso a paciência da imprensa com Dunga se esvaiu.
Suas atitudes, que condiziam com aquilo que se considera bom jornalismo, acabaram se tornando sinônimo de antipatia e podem acabar por destruir o trabalho que começou a ser feito por ele (goste ou não goste, ele conquistou uma Copa América e um bronze olímpico).Mas agora o buraco é mais embaixo. Dunga começou a atacar uma seara complicada. Envolve não apenas a mídia como um todo, mas uma das mais poderosas parceiras comerciais da CBF, que é a TV Globo. Ela é quem muitas vezes tira alguns clubes da pindaíba, a pedido da própria CBF.Será que Dunga está com a razão?
Já escrevi em outros meios de comunicação que Dunga era a última opção para dirigir a seleção brasileira depois da saída de Pareira , os resultados estão ai , é uma triste realidade.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Adriano, o homem retratado puramente por Marguerite Yourcenar

Nunca em toda minha vida havia lido uma escritora que escrevesse como homem. As sensações descritas por Clarice Lispector, Virginia Wolf e outras tantas escritoras eram para mim confusas, demasiado abstratas para que entendesse. As mulheres que conhecia falavam de sentimentos obscuros, intrínsecos à alma feminina. Havia tentado por vezes, entretanto, não compreendia. Foi em um final de tarde, temeroso quanto ao livro em minhas mãos, que decidi tentar. A belga que carregava não partilhava dos mesmos conceitos de Virgínia, tampouco das mesmas angústias de Clarice. Uma mulher ambiciosa, Marguerite logo me chamou a atenção. O livro eram memórias, não dela, mas de um homem. Absorvida durante décadas na obstinação de retratar, não fiel, mas artisticamente a vida de um dos maiores homens da história humana, Marguerite Yourcenar concluiu uma das maiores obras já feitas na literatura mundial. Memórias de Adriano, o imperador, entra em recantos da alma, do corpo e do universo de um homem.

Durante anos, visitei escritores dedicados à vida dos homens e seus desígnios mais puros ou mais mundanos. Dostoievski deu-me prazeres com seus homens sofredores, desprovidos de alegrias pagãs, Flaubert remetia-me a tantos não sabedores da vida, meros insatisfeitos, infelizes humanos. Outros, como Goethe, haviam me levado ao amor ou à busca obstinada por sabedoria, a qual alucinadamente levou Fausto a vender sua alma a Mefistófeles. Entretanto, nenhum deles retratou como Marguerite os lamentos, as alegrias distintas e não conhecidas, a eterna e terna luta do homem em busca de tudo o que há de sagrado à vida humana. Mais de 1800 anos nos separam de um dos maiores Imperadores Romanos, todavia, através da obra, sentimo-nos ali, amigos, íntimos do Sumo Pontífice romano.

A ambição, as conquistas, os devaneios, tantos elementos permeiam a vida do homem, e todos eles preenchem as memórias de Adriano. Misto de pesquisas, com a obstinação de que tudo seja um relato pessoal, Marguerite faz com que o próprio imperador nos conte sua vida. Entramos na vida de Adriano através de si mesmo. É ele quem vai nos contar suas dores, seus anseios, seus medos e seus amores. O casamento infeliz, seus amantes, o amor tão sensato e puro por Antínoo, tudo nos é contado. É possível ouvir e ver este homem, em seus amores pela vida, em seu diálogo com a morte. Nada nos é jogado, sem fundamento, desprovido de sentido.

Marguerite Yourcenar, mais que uma escritora, é a criadora de uma obra distinta de tudo o mais já feito. As palavras, as verdades colocadas na boca de um imperador, distante dela em 25 gerações, enchem-nos de um prazer desconhecido em outras obras já lidas. As palavras proferidas por Adriano nos remetem a um mundo passado e ainda quase existente. Podemos voltar ao passado, enxergar Adriano e entender a vida dos homens pelos olhos maravilhosos de uma grande escritora.

Quando surge alve - verde imponente


O navio "Colombo" acaba de chegar da Europa lotado de passageiros e de esperanças. Entre todos aqueles que desembarcaram e, pela primeira vez pisaram o solo nacional, estava Caetano Tozzi, o primeiro dentre os italianos a se registrar nos serviços brasileiros de imigração. Assim como as centenas de milhares de seus patrícios, Caetano trazia uma enorme vontade de trabalhar. E ela seria mesmo necessária. A abolição da escravatura andava a passos largos e já se sabia que, cedo ou tarde, ela seria assinada, o que viria a acontecer seis anos depois. O País precisaria, então, de uma nova mão-de-obra e nada melhor que esta fosse a dos europeus, sobretudo a dos italianos que chegavam ao Brasil trazidos em virtude das notícias sobre fertilidade de nosso solo.
Nos quase 50 anos em que viveu no Brasil, este imigrante pôde mostrar o espírito aberto às coisas de nosso País, sem deixar de lado o amor pela velha, querida e então já distante Itália. 15 anos antes de morrer, teve o orgulho de poder ser um dos fundadores do Palestra Itália. Ele não foi o único, é verdade, mas foi um deles. Era o início de um marco na história do futebol brasileiro e mundial.
Em 1914, o hoje nacionalmente conhecido Clube Espéria se chamava "Societá dei Canottieri" (Sociedade dos Remadores). Lá, se jogava a bocha e, como dizia o próprio nome, se praticava o remo. Porém, o futebol começava a despertar paixões, já que há muito era praticado na Itália com o nome de "calcio". Quatro italianos – Luigi Cervo, Ezequiel De Simone, Luigi Emanuelle Marzo e Vicenzo Ragognetti – eram os mais animados dentre aqueles que moravam no então totalmente italiano bairro do Brás. Eles se encantaram com a visita do Torino e do Pro Vercelli, times do futebol italiano, e resolveram que os filhos da Itália e os filhos dos filhos da Itália também precisavam de uma equipe de futebol. Nasce o Palestra!!
Já são 94 anos de história, anos de glória e muitos títulos , nomes de grande jogadores também atuaram com a camisa do grande Palestra , quem não se lembra de Luis Pereira , Oberdan Catani, Leivinha , Evair , César Sampaio , Zinho, Marcos, o Marcão do Palestra Itália , para alguns um "santo" e Ademir da Guia o maior ídolo palestrino de todos os tempos.
E assim segue o Palmeiras, o maior Campeão do Século XX e parabéns a todos os palmeirenses, hoje completamos 94 anos de amor e paixão, uma paixão que já existia mesmo antes de nós nascermos...

domingo, 24 de agosto de 2008

O Tiro


Um país bronzeado

Somos apaixonados e estamos bronzeados pelo sonho do esporte brasileiro. Um Brasil bronzeado , de gente bronzeada. Ao todo foram oito medalhas de bronze nessa última Olimpíada, com um desempenho até regular , conseguimos o melhor feito da história depois de Atlatanta 96. O sonho de conquista dez medalhas de bronze não foi atingido, mas ao menos podemos orgulhar desse feito, oito medalhas bronzeadas não é para qualquer um. É difícil classificar em ordem de importância as medalhas olímpicas brasileiras. Tivemos muitos Bronzes emocionantes ao longo de toda a história dos Jogos Olímpicos, conquistados por atletas diferenciados, persistentes, determinados e moderados. Atletas que ajudaram o Brasil a se consolidar como uma das nações fortes na briga bronzeada. Atletas que, com terceiros lugares inesquecíveis, disseram ao mundo que somos um país que sabe calcular, sabe manter a estratégia, sabe ser contido na hora certa, sabe ser Bronze de verdade.
O que dizer de um terceiro lugar conquistado inesperadamente, quando todos já haviam perdido as esperanças? Existem coisas na vida que não conseguimos explicar com o rigor da ciência e, por falta de definição melhor, não precisamos nos envergonhar de dizer que fomos abençoados com um milagre bronzeado, Vanderlei Cordeiro de Lima que o diga né?
Quem desempenho dos nossos atletas , que luta e que persistência , parabéns ao Carlos Arthur Nuzman , parabéns ao COB que nos presentiaram e incentivaram de verdade todos os esportes sem exceção aqui no Brasil, tivemos algumas decepções eu admito, o vôlei de quadra feminino deixou escapar o bronze e conquistou a medalha de ouro diante das norte - americanas , César Cielo nos levou ao gostinho doce na conquista do bronze nos cinquenta metros livre , mas ao gosto amargo na conquista da medalha dourada nos cinquenta metros livre com direito a recorde olímpico. E o que dizer de Maurren Maggi , por pouco não conquista o bronze , ficou no quase!!
Somos contra aqui a todos os atletas que fecham os olhos para as dificuldades do esporte em nosso pais e conquistaram a medalha de ouro. Sem falar que ganhar ouro é muito mais fácil do que ficar em terceiro, já que pelo bronze, não basta ser o melhor, é preciso controlar seu desempenho para não deslizar e acabar fora do pódio - ou pior: com a prata.
Seja como for , o Brasil chegou com chave de bronze essas Olimpíadas de Pequim!! Ironias a parte , o tiro da semana vai para o nosso Brasil Bronzeado que mais poderia ser um torniquete né?

Esse texto é uma adaptação de um blog chamado Bronze Brasil

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O torniquete da semana


Uma derrota imerecida

Final de jogo, o Brasil perde para os Estados Unidos no futebol feminino. Um a zero para as americanas, as meninas brasileiras conquistam a prata na final das olimpíadas. Uma derrota dificil triste e imerecida. Como lutam essas garotas do Brasil , como jogaram na final contra as norte- americanas, elas certamente mereciam um resultado mais justo, uma derrota que não reflete o que vimos nessa final, meninas que batalham até o fim, até o apito final do árbitro. Mas , uma coisa pra mim é inexplicável por que a mulher em nosso país ainda está, de certa maneira, à margem do futebol? Como entender a convivência entre o sucesso da Seleção Brasileira de Futebol Feminino na última Olimpíada e a realidade desfavorável da prática do esporte bretão pelas mulheres em nosso país?
Poderíamos apresentar um breve histórico do futebol feminino em nosso país desde os primeiros shoots até os gramados da Grécia atual. Deixemos essa tarefa para momento mais propício. A nossa preocupação aqui é apenas analisar em que contextos ocorreram às participações das mulheres frente a este fenômeno cultural chamado futebol. Os papéis sociais determinados para homens e mulheres são distintos no mundo predominantemente patriarcal em que vivemos. Em cada época, foi determinado um papel sócio-esportivo para as mulheres, ou seja, determinadas expressões da corporalidade foram classificadas nas opções como "femininas" e "não-femininas". E o futebol, na terra de "Pelé", ficou no rol da segunda opção.
Altos e baixos mesmo na presença de tais limitações legais para a prática do futebol, as mulheres lutaram diariamente contra tais restrições, conseguindo com isso ultrapassar as fronteiras do que seriam "esportes femininos" e "esportes não-femininos". Mesmo sabendo que o futebol ainda é uma prática de lazer ligada diretamente à figura masculina em nosso país, percebemos que meninas e mulheres estão cada vez mais praticando o futebol.
Apesar de entendermos que o futebol feminino em nosso país ainda vive de altos e baixos, principalmente o chamado "futebol profissional" (falta de campeonatos, de torneios, equipes que se formam e rapidamente se extinguem por falta de apoio, etc.), acreditamos, que o mesmo já conquistou uma boa parte das mulheres. Atualmente para as mulheres brasileiras sua participação ultrapassa o entendimento de que as mesmas tenham apenas um papel de relevância secundária, sendo coadjuvantes, como a mãe que lava os uniformes dos meninos, a irmã que limpa as chuteiras, a namorada que prepara os canapés e serve as bebidas, etc. Elas agora se afirmam tendo um papel sócio-esportivo no mesmo nível dos homens brasileiros. Não igual, pois o direito à diferença articula um caminho para uma convivência mais saudável entre os sexos e para a construção de um gênero humano que se componha como uma unidade na diversidade.
Então, não entendendo como ainda , depois , de vários resultados e até expressivos dessas garotas que valem ouro literalmente, não tem o reconhecimento devido. Essas meninas são e devem ser olhadas com mais carinho, devem ter o reconhecimento merecido, campeonatos oficiais , devem ter mais investimento, mais incentivo. O torniquete da semana são essas meninas , que mesmo na derrota mostraram ao mundo e ao Brasil como perder com dignidade , mostraram a todos que merecem sim o nosso torniquete da semana.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lembranças de um amor nos tempos do cólera



A vida solitária não era digna. Tampouco a união eterna, junto a outra alma desconhecida lhe parecia uma saída. Num canto ermo de sua casa, o velho triste sucumbia às horas de um vazio que o afligia há anos. Pensava nas alegrias que não vivera, nas insanidades acarretadas pela paixão não correspondida. O belo rosto de sua amada, os olhos atentos, a voz prazenteira da jovem esbelta, tudo ainda vivo, como se a visse ali mesmo, horas antes.
O homem digeria a vida, não a jogara fora de todo, mas haviam sensações ainda mal conhecidas. Tivera amantes, estas de diversos sabores, providas de manias distintas, por vezes alegres. Entretanto, não amara outro corpo, outra voz que não fosse a da menina que conhecera em sua adolescência. Sentado, de olhos fechados, refletia sobre as horas vindouras. Já vivera tanto, vira lugares que encheriam de prazer qualquer homem vazio, sentira sabores, bebidas diversas, comidas distintas. Refletia sobre as horas, sobre a amada, sobre o futuro. Beirava a morte, em corpo, não em espírito. Sentia suas forças, sonhava com o amor que a esperava em outra sala, esta não tão distante de suas aspirações mais puras.
A mulher chorava, lembrava dos dias vividos com seu homem. O corpo estendido; olhos fechados, tantas vezes já vistos, mas que agora eram eternos. Na sala outros pêsames, outros choros, entre velas acesas. Já era notícia. A vida em conjunto agora tornara-se dor; a solidão já ensaiava naquele peito antigo. Viver sozinha, tal como o jovem que a amou toda vida. As rugas do tempo, os olhos agora tristes, mal viram entrar o homem de agora. Entre homens, mulheres, o amor era visto. O velho entrou, encarregou-se de tudo, das pompas, do enterro, tal como conhecido. Nela, um amor não sabido, talvez adormecido no meio século passado. Nele, o amor como sempre: vivo, sentido.
A morte acontecida mal refreou tais intentos. Tinham pouco tempo, talvez horas. Para a mulher, algo estranho, nunca sentido. Para o homem, o começo de um amor aceso por décadas, nunca esquecido. Hora de viver. Lado a lado, uma paixão antiga. O navio que levava ao longe, que vagava, mostrava ao mundo um sentimento bem-quisto: um amor a vagar, por todo o tempo.
  • O texto é baseado em O amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Marquez.

Apenas uma lembrança


Alguém se lembra do seriado JK que foi veiculado na Rede Globo de Televisão? O sucesso do seriado demonstra aos jovens de hoje que a busca de um passado que foi mitificado e hoje é apenas uma crítica da mediocridade do presente.
O seriado global atiçou nas novas gerações a nostalgia do Brasil que não viveram. Jovens – meninos e meninas – que vão além da tediosa pobreza da telinha e se dão ao trabalho de escavar a história, não raro interpelam os sobreviventes do desenvolvimentismo com suas angústias e esperanças. Perguntam: Juscelino foi “tudo aquilo”? A busca de um passado idealizado e mitificado, em sua maciça e massificante perplexidade, é a crítica ingênua de um presente atolado na mediocridade e na estagnação.
Nietzsche dizia que nos “bons narradores e maus explicadores” há freqüentemente uma segurança e coerência, num contraste francamente ridículo com a inaptidão de seu (próprio) pensamento. Assim, sua cultura parece num dado instante excelente e elevada, mas lamentavelmente baixa no instante seguinte. Juscelino e suas circunstâncias foram tudo aquilo e mais alguma coisa , esse mais alguma coisa é o resíduo que a história não revela aos gênios de baixaria, ventríloquos nativo, sempre empenhados na cruzada contra o que chamam de populismo. Seja como for, no período desenvolvimentista foram travadas as batalhas decisivas pela consolidação do processo de industrialização. O “desenvolvimentismo” como projeto de um capitalismo nacional cumpriu o seu destino através do Plano de Metas. Muito ao contrário do que pregam os caipiras cosmopolitas. O projeto juscelinista integrou a economia brasileira ao vigoroso movimento de internacionalização do capitalismo do pós-guerra. A análise do Plano de Metas explicita a concepção de um bloco integrado de investimentos na infra-estrutura, no setor de bens de capital e de bens de consumo duráveis. Isso não deve impedir, porém, a crítica da política econômica juscelinista , mas ela não é possível sem o conhecimento das circunstâncias históricas que permitiram os 50 anos em cinco. Os resultados, ainda que desiguais, não foram ruins, comparada a qualquer outro período do capitalismo, anterior ou posterior, a era desenvolvimentista apresentou desempenho muito superior em termos de taxas de crescimento do PIB, de criação de empregos, de aumentos dos salários reais e de ampliação dos direitos sociais e econômicos. A moda, então, entre os economistas, sociólogos e cientistas políticos, eram as teorias do desenvolvimento, os modelos de crescimento econômico e o estudo das técnicas de programação e de planejamento.
Foi um momento impar no desenvolvimento do Brasil que merece ser destacado, mas que infelizmente para os jovens não ultrapassam as páginas dos livros , uma pena. Pra que vê o Brasil hoje não tem noção do que foi esse período, infelicidade nossa, jovens, que nos deparamos apenas um governo antiquado, rústico para dizer a verdade , um governo que ainda vive momentos provincias , momentos de uma colônia.

Moda "retrô" na política latina

Que tal resgatarmos o Kichute e o espartilho, companheiros?



Quem disse que a política não pode seguir as tendências da moda? Vivemos um cenário meio... retrô. Chique, não? Na passarela latina, Hugo Chavez esbanja estilo com narizinho empinado para a arrogância em um discurso de estatização. Na Bolívia, o cafona Evo Morales provoca a elite intelectual e econômica que, babando de sede por poder e grana, reinventa o look separatista. E no Brasil, o lulinha quer criar uma nova “estatalzinha” para deixar manca outra estatal; a Petrobras. Bem vindos, amigos, à moda nacionalista

Visando os bilhões do pré sal na bacia de Santos, o grande braço comunista do governo quer tirar da Petrobras a responsabilidade pela extração do petróleo no país. Em mais um discurso sísmico e frenético, lulinha se declarou preocupado com o destino da bofunfa que a nova descoberta pode gerar. A estatal brasileira tem capital aberto, ou seja, investidor estrangeiro na parada. O governo não quer dividir o dinheiro com eles, alegando que toda a nova grana vai para a educação, saúde, segurança...

Sei não, mas isso cheira à vontade governista de encher os cofres públicos e fazer a manutenção de politicazinhas torpes. Se tivesse vontade de fazer movimentos sérios para a educação e saúde o governo já teria feito. Afinal, este ano, mais uma vez, batemos novo recorde em arrecadações. E no que avançamos com os bilhões a mais arrecadados pelo leão para um ensino de qualidade? Nada. Duplicaram a dívida pública e fizeram costuras polítcas criando loteamentos para cargos públicos com novos ministérios e secretarias inacreditáveis.

O preocupante nesta nova tendência lulo petista é na economia. Ora, estas idéias só mancham nossas boas relações com o capital estrangeiro, principal fundamento para a nossa atual condição econômica. Investidores de grandes grupos econômicos podem olhar desconfiados, acreditando num retrocesso nas políticas brasileiras e mandar o dinheiro investido aqui para países com verniz mais responsável e atual.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Do you want tickets?


Uma vergonha o que está acontecendo em Pequim nesses Jogos Olimpícos, que tipo de organização é essa onde cambistas conseguem vender de modo tão escancarado os ingressos para as principais provas do evento? Só um exemplo desse desrespeito com o torcedor e o expectador , foi o preço que os cambistas estava cobrando para uma prova de Michael Phelps, o grande astro desses jogos, para assistir uma de suas provas o preço do ingresso era de R$ 50,00 e se trnsformou em segundos em R$ 1200,00 , simplesmente uma vergonha. As bolsas a tiracolo entregam de cara que não faltam ingressos nas mãos desses revendedores de entradas, atividade ilícita na China, mas para a qual os policiais a poucos metros faziam vistas grossas, afinal, estavam mais preocupados com os terroristas que podem alvejar Pequim. Do you want tickets?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A preparação de Cielo


Amigos e acompanhantes desse blog , que alegria foi essa última semana com a vitória e a inédita medalha de ouro de Cielo na natação para o Brasil . A seguir segue um texto muito bacana e muito bem escrito sobre a preparação de Cielo antes das Olimpíadas. O texto foi escrito pela jornalista Dorrit Harazim da Revista Piauí que foi até os Estados Unidos e ficou ali 7 dias acompanhando a rotina diária do nadador mais rápido do mundo.
A seguir está o começo do texto e o link para os interessados em ler esse texto, é um pouco extenso mais vale a pena.

ROTINA DE 15 MIL BRAÇADAS

A preparação do velocista César Cielo para a sua primeira Olimpíada, em meio de uma safra de recordes , e a entrada em cena do "doping de armário"

Cesar Cielo Filho não dormiu bem na noite de 17 de fevereiro. O hotel da cadeia Best Value em Columbia, no estado do Missouri, no fundão da América, não era lá essas coisas e, para piorar, ele havia sonhado que um australiano batera o recorde mundial na sua especialidade, os 50 metros nado livre. Despertou com um chute na porta do quarto. – Nossa! O que é que está acontecendo? – perguntou, ainda sonado. Era Brett Hawke, seu técnico na Universidade de Auburn, no Alabama, que irrompera no quarto à força porque a porta estava emperrada. Sem intróitos, Hawke respondeu: – O Eamon bateu o recorde mundial: 21.5. Tradução: em Sydney, do outro lado do mundo, um australiano de 22 anos, Eamon Sullivan, havia pulverizado o recorde mundial da prova dos 50 metros nado livre, a mais veloz da natação, com o tempo de 21 segundos e 56 centésimos. O pesadelo de Cesar Cielo Filho não fora premonição nem coisa de vidente. Devido à diferença de fuso horário com a Austrália, a notícia tinha alcançado o técnico de madrugada e, pelo celular, ele tratou de repassá-la de imediato a seus pupilos. Cielo ouviu a mensagem em meio a um sono profundo e acabou imaginando ter sido um sonho.

leia mais

http://http//www.revistapiaui.com.br/artigo.aspx?id=733

sábado, 16 de agosto de 2008

O que significa o futebol


Futebol é uma paixão nacional, assim como o carnaval, o samba e outras manifestações artísticas. Assim dizer que o futebol é uma arte me parece uma frase bem surrada e que continua atual e é impressionante a repercussão que os fatos ligados a esse esporte tem na alma do nosso povo. Essa força, porém, não se reflete em estímulos culturais. É raro encontrar alguma literatura de qualidade que fale do esporte. O cinema, quase não trata do tema. Teatro, então, alguém já ouviu falar? Parece que são dois mundos antagônicos. Sempre gostei de esportes, particularmente, de futebol. E sempre gostei de cultura: cinema, literatura , etc. Na minha cabeça, não há contradição nisso. “Esporte é cultura” já dizia a antiga propaganda governamental. Os fatos do dia a dia, porém, demonstram que a maioria das pessoas não pensa assim. Uma dicotomia entre as duas áreas foi estabelecida e influencia a imagem que uma tem da outra. Grande parcela da intelectualidade brasileira considera o futebol, assim como outras manifestações populares de nossa cultura, fator de alienação do nosso povo, quando, na verdade, ele representa um fator de identidade. No mesmo momento que um paulista vibra com a vitória de seu time, no Morumbi, por exemplo, um gaúcho grita gol no Beira- Rio. A unidade nacional é reforçada e um espírito de nação é revigorado e passado às novas gerações. Preocupante é o exagero, é tratá-lo como a “pátria de chuteiras”, capaz de resolver os problemas do país. A história do desenvolvimento do futebol no Brasil já renderia bons filmes ou livros. Ele foi introduzido oficialmente no país por Charles Miller, filho de um inglês e de uma brasileira, no ano de 1894. Inicialmente, era praticado por uma elite, em clubes sofisticados, e assistido por uma “seleta” platéia da alta burguesia paulista e carioca. Só em meados dos anos vinte admitiu-se a participação de negros nos clubes. Esse fato pode ser considerado como o marco inicial do processo de popularização do esporte e muito importante para a causa negra. Houve debates calorosos, com colocações muito racistas por parte da maioria da imprensa, considerando-os inferiores. Foram esses jogadores, com seu talento e títulos conquistados, que calaram o racismo vigente. Outra história merecedora de melhor registro é a final da Copa de 50, perdida para o Uruguai, por 2x1. A euforia do país e, principalmente, da cidade do Rio de Janeiro, na semana que antecedeu o jogo, a exploração política da decisão do campeonato, não tendo sido dado o direito de descanso aos jogadores da seleção, a todo o momento incomodados por prefeitos, governadores e seus discursos demagógicos, a multidão presente (calculada em duzentas mil pessoas) e o silêncio pungente de toda a nação, merecem um livro, um conto ou roteiro, que dignifiquem aquele momento histórico do nosso esporte. E isso nunca foi feito. Mas qual seria o motivo para tanta indiferença de cineastas e escritores para esse esporte? Muitas hipóteses podem ser levantadas. Nossos principais cineastas e literatos, por mais que queiram esconder, nasceram em famílias da alta burguesia, onde o futebol passou a ser considerado um esporte de pobres e negros, distante da sua realidade pessoal e das suas idealizações de realizar uma literatura e cinema cultos, de inspiração européia. Existe um receio de que seus trabalhos sejam chamados de folclóricos, pecha que atingem todos aqueles que ousam mostrar o que é nosso, com seus defeitos, excessos e virtudes, com nossas caras marrons e negras. Outra parte de nossa intelectualidade faz restrições ao futebol por razões ideológicas. Na realidade, prendendo-se mais às conseqüências do vertiginoso crescimento da importância do esporte do que nele em si mesmo. A exploração política das nossas grandes vitórias causa indignação em qualquer pessoa verdadeiramente democrata. Nosso país tem um histórico de quinhentos anos de exploração, massacre de índios e escravidão. O futebol só firmou-se como esporte nacional a partir dos anos trinta e quarenta do século passado, tendo o reconhecimento mundial do seu valor na década de cinqüenta. Não se pode culpar as manifestações populares pelas mazelas nacionais. Creio que a nossa famigerada elite dominante, como sempre, tem tentado, e geralmente conseguido, seqüestrar a essência dessas paixões populares e depois, fechá-la ao acesso do verdadeiro povo. Basta verificar o preço dos ingressos para desfiles carnavalescos e jogos de futebol, inacessíveis aos mais pobres. Os muitos detratores do futebol, ingenuamente, acreditam que o Brasil seria melhor sem ele. Por essa lógica, vamos radicalizar e imaginar o país sem futebol, sem carnaval, sem festas. Tudo bem, não seria o fim do mundo, mas, esse fato em si não nos faria melhores. Diversos países do mundo não têm futebol forte, não tem festas famosas e são muito pobres, outros países são muito ricos e tem várias modalidades esportivas fortes e muitas opções de lazer populares. O futebol bem jogado, para mim, é uma bela forma de arte. Assistir aos grandes clássicos, vendo o colorido das torcidas rivais, é como um espetáculo de ópera. Neste momento difícil do mundo, em que a poluição mercantilista ameaça todas formas de expressão humana, principalmente o mais popular, é imprescindível preservá-lo, pois, não seria o esporte o único a se livrar dos interesses do capital. A defesa do futebol é a defesa do espetáculo popular. Aqueles que amam os estádios como local de congraçamento, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, devem participar deste resgate, pois, acima de tudo, o futebol é a arte do povo. No Brasil um garoto ao nascer ganha nome, religião e um time de futebol. Mal começa a caminhar e já está chutando uma bola com o uniforme do clube normalmente do pai ou do avô. Essa identificação já vem do berço e é um traço marcante de nossa terra. É esse futebol arte que nos distingue de todo o resto do mundo, é o futebol do drible, floreio, chapéus, “dribles – da – vaca”, da bicicleta, toques de calcanhar. Futebol mágico, Esporte artístico, isso é o futebol e nesse requisito ninguém ganha do Brasil.

A Olimpíada de mentira


"O governo chinês, os intelectuais e a população em geral, todos nós esperamos que a Olimpíada seja um sucesso"

"Esperamos ver o resultado da Olimpíada de Seul, que estimularia a abertura política e a melhora nos direitos humanos e ajudaria no progresso da mudança estrutural do sistema político"

"Mas há também uma força contrária a tal desejo, que é o grupo de elite atualmente no poder. Eles são uma força negativa que está empurrando a Olimpíada para ser mais como a Olimpíada de Berlim em 1936 "

As Olimpíadas de Pequim começaram no dia oito de agosto. Uma grande festa do esporte e um grande espetáculo foi visto por bilhões de pessoas no mundo. Mas, ao contrário do que muitos pensam essas Olimpíadas nos faz voltar no tempo e lembrar por alguns instantes o ano de 1936.
Berlim é o palco, Hitler se orgulha em trazer o maior evento esportivo para o pais germânico, era a oportunidade de mostrar ao mundo as maravilhas da Alemanha nacional-socialista e provar a superioridade da raça ariana. O estádio olímpico foi ampliado para 110 mil lugares e 8 novas instalações esportivas foram construídas. A cobertura jornalística nunca foi tão grande e a televisão entrava em cena. Era só uma máscara onde escondia o que realmente acontecia naquele país. Milhares de judeus eram mortos nos campos de concentração e sofriram grande perseguição em toda a Europa , enquanto os alemães e principalmente os seus principais lideres tentam mostrar ao mundo que tudo estava muito belo e perfeito.
Ano 2008, Pequim apresenta ao mundo a "maior" e melhor Olimpíada que o planeta já viu, será?

Vamos aos fatos:

-Um investimento de mais de 42 bilhões de dólares. Os jogos mais caros da história. Em Atenas 2004 foram 16 bilhões .

- Com esse dinheiro a China gastou com infra – estrutura , estádios novos e um projeto para limpar ou minimizar a poluição na capital chinesa.

- Em outros lugares esse alto custo teria criado uma polêmica com grandes proporções mundiais , mas não na China. Num país onde as informações nem sempre é acessível, grande parte das pessoas parece não saber quanto está sendo gasto.

-Segundo o Comitê da China a cidade gastou 1,9 bilhões de dólares em 12 novos estádios e reformando outros. Pequim também gastou bilhões em infra estrutura como um novo terminal de aeroporto e mais linhas de metrô.

Esses são apenas alguns pontos que precisam ser esclarecidos pelo governo chinês , pois não me contento com o esclarecimento de muitos organizadores que contra argumentam dizendo que
muitos desses projetos não tem relação alguma com as olimpíadas e que as reformas teriam sido realizadas de qualquer forma.
Mas, é estranho essa questão, primeiro porque não vejo na China uma herança para a história das Olimpíadas, que herança irão deixar? O estádio Ninho do Pássaro? O Cubo D’água?
Talvez sirva como sede de alguma Mundial, quem sabe , mas que herança vão deixam para seus habitantes? É estranho olhar o investimento final desses jogos , em qualquer outro país isso já geraria uma polêmica em relação aos custos , porque só na China isso não acontece?
Em Londres já existe um forte debate sobre a previsão dos gastos nos Jogos Olímpicos em 2012 , quase doze bilhões de reais. Mas na China, houve pouco debate sobre isso, e isso num país onde mais de 135 milhões de pessoas vivem com menos de um dólar e vinte e cinco centavos por dia.
Nas ruas, as pessoas parecem ter pouca idéia do que exatamente está acontecendo e muitos nem tem acesso a essas estruturas.
A União Soviética com a ditadura bolchevique assombrou e surpreendeu o mundo. Agora, Pequim supera tudo que já foi feito. Deixa em todos a afirmação de perplexidade refletida na expressão exaltadora, mas surpreendente: "Não acreditávamos que a China pudesse apresentar tanta beleza com tanta concentração". Mas realizou. Apesar do entusiasmo, da beleza, da grandiosidade que o mundo viu em Moscou, a União Soviética não resistiu à oposição do mundo, se desintegrou. Com a China isso dificilmente acontecerá, mas que herança deixará para o mundo? Que imagem quer passar? Falta a concessão da liberdade interna. A China atravessa a PRESUNÇÃO da Liberdade.
A capital de um mundo (Pequim) projeta internacionalmente um país (a China) que transmitiu para 185 países essa festa da mente, do coração e da esperança, mas usa da segregação o ponto forte do seu governo, tanto é que o Tibet ainda sofre com essa intervenção.
A China não é um país democrático e sim ditatorial que usa do medo e da violência para manter a ordem, Mas que ordem? pessoas passam fome, são exploradas e se você acredita em Papai Noel ou em Coelhinho da Páscoa também acreditará nessa Olimpíada, uma Olimpíada de MENTIRA.

A criação de homens maus

Dogville contrói o homem, em seus aspectos mais reais,
e depois o destrói
Não nascemos maus, essa é a primeira coisa que se aprende na aula de Antropologia Social. O convívio, as ações sociais com as quais somos atingidos e, mais tarde, atingimos aos outros é que perpetuam a essência humana: ser bom, ser mau, ser fraco, ser forte, ser igual a todos. Dogville é uma cidade que não existe. Seu nome, seus moradores, as ações nela presentes são criações de um homem comum. Lars Von Trier, o criador, usa de suas atribuições de cineasta para esculpir em arte o que os homens esculpiram durante a história social: as mudanças de comportamento do homem em contato com os homens. O filme, que leva o nome da cidade criada, é a arte espelho do real. Dogville, seus habitantes, a forasteira Grace e os gangsteres que a perseguem compõem o ambiente fiel aos costumes, aos juízos de valores, aos julgamentos, às ações cruéis dos homens comuns.

Analisando a arte que se espelha na realidade social, vimos, por vezes, a crueldade humana que toma o lugar da felicidade inventada. Livros de amor, filmes de paixão retratam relações íntimas entre casais, triângulos amorosos. Perde-se, contudo, a realidade presente na vida em si. O amor inventado parece suprimir as relações de trabalho, de família, de amigos, o dinheiro, as ambições, as perdas. Tudo o mais fica em outro plano, distante da vida real. Séries americanas, com notável sucesso no Brasil, remetem sempre a isso: ao amor, ao dia-a-dia de paixões frágeis com reviravoltas de alegrias de contos de fadas. Smallville, a série que revive a adolescência do personagem de quadrinho Supermen, retrata bem estes aspectos. A produção parece deixar de lado a invenção fantástica de um homem com forças sobrenaturais para dar lugar aos amores, às relações de paixão, amizade e intrigas entre adolescentes. A série se inspira em pequenas relações não fiéis aos homens.

Entretanto, na literatura podemos chegar à invenção de relações sociais mais bem elaboradas, porém também inviáveis. Sidney Sheldon criou, durante toda sua vida, mulheres fortes, capazes de tudo para ficarem ricas, poderosas. Havia mulheres que matavam por poder, que eram reprimidas, mas mesmo assim conseguiam vencer as atribulações. O escritor criou mulheres em formas e essências distintas. No entanto, todas eram disformes.

Voltando a Dogville, a realidade é mais crua; trabalhadores, donas de casa, crianças, um cachorro – este desprovido de atitudes humanas, tal como um cachorro. A chegada de Grace os assusta; pouco sabem da forasteira, apenas que é uma fugitiva. A mulher mesmo assim é acolhida. As aspirações mundanas estão presentes em Dogville: um homem revoltado com sua miséria; um médico aposentado e hipocondríaco, a mãe, esposa infeliz; a dona-de-casa conformada com seus afazeres diários; o máximo de homens reais compõem a cidade real de Lars Von Trier. A imaginação fica por conta do cenário. O filme, desprovido de árvores, montanhas e casas, é composto por riscos no chão. É-nos necessário imaginar belas ou cinzentas paisagens. Na literatura, poucos se assemelham de Lars Von Trier. Fiódor Dostoievski, escritor russo, também não compõe seu cenário de belezas, para ele, a única paisagem é o âmago dos homens, rodeados por uma cidade de homens simples, pedantes, repletos de misérias humanas.

Dogville retrata a construção do homem em sua essência. As ações sociais disseminam rancores, intrigas, todos maltratam a forasteira, apenas por temê-la. Viver na cidade é fazer parte daquele coro, ninguém está imune. Homens pacatos tornam-se homens maus, agressores, estupradores. A cidade tranqüila e feliz, repleta de homens comuns, torna-se ódio, definha-se em chamas. Os habitantes são julgados, são homens aos pés de um deus, enfim condenados a pagar por suas ações sociais e humanas.

O Torniquete da semana


A exceção brasileira

Nessa semana vimos uma das nossas maiores alegrias em Olimpíadas. César Cielo Filho na natação , venceu os cinquenta metros livre em Pequim. César Cielo não apenas tornou-se o nadador mais rápido da Olimpíada , mas também tornou-se uma celebridade no esporte bretão. Cielo foi o primeiro nadador brasileiro a ganhar uma medalha de ouro vencendo atleta de ponta como o francês Alain Bernard e o atual recordista mundial Eullivan, Sullivan inclusive ficou apenas na sexta colocação na prova.
Mas , tirando toda essa questão de méritos e alegrias em ver um atleta brasileiro no mais alto do pódio e ver emocionado o nadador campeão olimpico ouvindo o hino nacional, aqui quero citar algumas características que faz de Cielo uma exceção no meio de tantos atletas brasileiros.
César Cielo treina nos Estados Unidos na Universidade de Auburn , no Alabama , tem estrutura , tem preparo físico, tem incentivo, recordista do Campeonato Universitário Americano deste ano, o brasileiro foi eleito , pela segunda vez consecutiva o melhor nadador da competição. César é treinado por Richard Quick e disse que Cielo é um dos nadadores mais talentosos que já passaram pelo NCAA. O jovem nadador de vinte e dois anos de idade treina há três anos nos Estados Unidos e treina e disputa competições com os melhores da modalidade , já disputou provas ao lado do próprio francês Bernadieu e o australiano Sullivan.
O fato é que César Cielo tem estrutura e nada com os melhores da modalidade e sabe decidir , tem potencial. César Cielo mescla superação, talento e física. Tradução? Ouro Olímpico e recorde da competição por mais quatro anos no minimo. Ao contrário de Thiago Pereira ou outros atletas brasileiros que muitas vezes tem até a mesma estrutura, mas não fazem por merecer os tantos investimentos.
Aqui não é uma crítica ferrenha a todos os atletas brasileiros , pois sei que muitos esportes não tem o mesmo incentivo e nem a mesma oportunidade que César Cielo teve, aqui merecem citações o basquete feminino, o futebol feminino e até a ginástica artística. Nesse esportes , o que analisamos é que existe sim o empenho e a superação dos atletas , mesmo não tendo uma estrutura adequada para os treinos e o desenvolvimento dos atletas. Mas é triste saber que um país que tem tantos talentos, entre nas competições apenas para ser um mero coadjuvante, é irresponsável para não dizer vergonhoso quando vimos essas diferenças , quando vimos essas discrepâncias. Cielo merece o torniquete dessa semana exatamente por isso , fez por merecer o ouro olimíco, fez por merecer o investimento.
A cada geração, temos a felicidade de ver brasileiros no topo da lista de melhores em seu esporte. César entra nesse rol de atletas que fizeram e fazem a história do esporte . Parabéns César Cielo, o torniquete dessa semana é pra você!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Jogadores as avessas


O que Rogério Ceni, Marcos e Harlei tem em comum? Mais de dez anos em um clube de futebol? Sim, é verdade. Maior número de jogos em seus clubes? Sim, também é verdade. Mas o que mais chama a atenção nesses jogadores é o grande potencial que possuem no quesito marketing, além do grande preparo físico que permite um grau de contusão bem abaixo da maioria dos jogadores de linha.
Em tempos nos quais, cada vez mais precocemente jogadores deixam o futebol brasileiro rumo ao exterior, independentemente do mercado, quem atua por um tempo maior e com mais consistência finda uma relação com os torcedores. A referência no mercado nacional não poderia ser diferente em termos de uma posição específica: os goleiros e esses três icones em seus clubes são o exemplo de que o futebol brasileiro ainda relembra aquele velho conceito futebolístico do jogador que tem amor a camisa.
Rogério, Marcos e Harlei são exemplos de que o futebol brasileiro ainda apresenta marcas de jogadores que jogam por amor e lealdade aos seus clubes, mais do que isso, são símbolos do futebol tupiniquim.
Diferentes e muitas vezes diferenciados, por uma série de fatores, esses atletas possuem um grau de isolamento e proteção maiores dentro dos treinamentos e jogos, num comparativo com o restante dos companheiros. E essa esfera se traduz no histórico e no tratamento de problemas físicos.
Existe uma grande diferença na quantidade de lesões sofridas pelos jogadores de linha e os goleiros e isso está no fato de eles não terem tanto contato físico o que diminui os riscos de lesões.
A partir do diagnóstico inicial e da variação da lesão, um tipo de abordagem do exame de imagem é realizado. Ele é importante para avaliar o tipo de lesão, a localização exata e a extensão da mesma.
Um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, o goleiro Marcos tem um quadro cumulativo de diversas lesões recentes; pode ser considerado uma exceção a regra, mas nem mesmo o fato de ter ficado fora de várias disputas no período de dois anos atrás reduziu o prestígio do jogador com a torcida alviverde. Em 2006 e 2007, repetidas contusões tiraram Marcos de atividade. Ele jogou 12 partidas em 2006 e 14 em 2007. Às vésperas da Copa do Mundo da Alemanha, sofreu uma lesão muscular na coxa direita. Meses depois, machucou o ombro direito. Na temporada passada, fraturou o antebraço por duas vezes, em março e em outubro.
Ao assumir o comando do time de Palestra Itália, Vanderlei Luxemburgo explicitou que Marcos seria titular quando estivesse 100%. E o goleiro ficou com a vaga de Diego Cavalieri, apontado como um dos melhores do país nos dois últimos anos – negociado há pouco com o Liverpool.
Nas temporadas de 2000 e 2004 aconteceram as duas piores lesões de Marcos, quando precisou operar o punho esquerdo. Na primeira, ele ficou sete meses parado. Na segunda, outros oito meses. Ele também já teve problemas na canela e tornozelo (em 1997), no dedo mínimo da mão direita e polegar direito (em 2001), no pulmão, quadril, abdome, coxa e pé direito (em 2003), polegar esquerdo (em 2004 e punho e dedo anelar esquerdo (em 2005).
Menos “frágeis” e tão representativos para seus clubes são Rogério Ceni e Harlei. Ambos passaram por poucas intervenções cirúrgicas e têm no currículo apenas pequenas lesões musculares. No caso do são-paulino, o fato de cobrar faltas e pênaltis com constância promove esse tipo de problema. Mas, sempre dentro das quatro linhas, Ceni é chamariz.Ele chama a atenção e é cada vez mais procurado por empresas para vincularem sua marca. Rogério, hoje, é a personificação da torcida no clube, algo que mexe com a massa. E isso, hoje, é exceção no Brasil. A identificação do jogador aos times brasileiros passa por uma linha descendente, enquanto que esta situação nos mercados europeu e asiático é mais valorizada.
Afastado do grande centro, Harlei veste a camisa 1 do Goiás desde 1999 e já superou os 500 jogos pelo clube esmeraldino. O jogador já realizou grandes temporadas pela equipe do Centro-Oeste, como no Campeonato Brasileiro de 2005 – conduziu-a à Libertadores da América no ano seguinte –, mas preferiu fortalecer sua imagem dentro do Serra Dourada.
A Lei Pelé facilitou muito a saída de jogadores, os quais acabam não construindo uma fidelidade com uma equipe específica; mas Harlei é uma exceção, quer terminar a carreira de atleta no clube esmeraldino e começar uma carreira administrativa no próprio clube.
Rogério Ceni também acena para uma possivel candidatura à presidência do São Paulo quando encerrar a carreira.
São todos os três jogadores as avessas, num país onde é comum atletas sairem a torto e a direita para o exterior, onde a independencia financeira fala mais alto num momento até triste do futebol brasileiro.

Jovens mutantes

As roupas, as ações, toda a juventude é um desenho animado
Não faz muito tempo deixei de ser adolescente. As velhas dúvidas existenciais deixaram de ser freqüentes; este devia ser o sinal de uma vida mais madura, desprovida de arroubos bobos característicos da juventude. Entretanto, certo preconceito invadiu meus pensamentos nos últimos tempos, sem que eu quisesse ou percebesse tais intentos.

Quando adolescente enxergava amigos, colegas e outros tantos desconhecidos como desenhos produzidos pela Warner, talvez pela Disney, quem sabe Universal, sei lá. Na verdade éramos meras figuras fabricadas em estúdios cinematográficos, fonográficos e outros gráficos; vendidos em supermercados, lojas, shoppings, onde mais se possa comprar.

Todos eram mutantes; ora pagodeiros, ora roqueiros, punks, góticos, metaleiros, clubers parando, finalmente, na EMOtividade. Os cabelos se tornavam longos, por vezes não existiam, outras eram coloridos, pretos; pareciam esconder coisas realmente desimportantes. As roupas eram pretas, eram rasgadas, coloridas, escassas. A músicas eram modas, eram passados ainda vivos. Percebi que jovens vivem como mutantes, ora alegres, ora tristes. São bobos eternos, até a hora de crescer.

Os adolescentes são construções, invenções. A idade do sofrimento é fragmentada e inconstante, e a razão? Não se sabe. Difícil compreender esse ninho de sensações contraditórias, de questões indecifráveis. Jovens são mutantes, mudam com as horas, com as estações, com as bobagens vendidas em bancas de jornal.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Festa econômica para o banquete eleitoral

Nem Lula, nem Cardoso; muito menos Palocci ou Malan; Mantega? piada! eu sou "o cara"



Tudo “blue” na economia brasileira, não? Temos a qualificação investiment grate da Stand & Poor’s (agência que estuda o grau de risco de investimentos em países e empresas privadas); excelentes números na balança comercial; apesar de crescente, ainda temos uma das menores taxas de inflações no mundo; mais empregos, moeda forte e, de quebra, uma classe média que corresponde a cerca de 52% da população. Ufa! Quanta notícia boa!

Vivemos um momento de euforia na economia. A tal “retomada do crescimento” parece realmente estar acontecendo depois de anos de estagnação. Tudo por causa da tal confiança do capital que gera o crédito. Quanta oferta de crédito há no mercado, não?. A classe média “dá bananas” à alta taxa de juros e compra em parcelas de 24, 32, 72 vezes. Os bancos gargalham. A indústria reclama, mas ri a toa! E tudo se acomoda. O otimismo é tanto que, olhando para o caderno de economia, me sinto no Canadá! Amigos, caiamos na real! Comemorar 52% de classe média em um país deste tamanho é...bobo.

Ok, as coisas estão caminhando bem, mas não rumo à economia Suíça. Ainda temos uma centena de problemas e incoerências. Nosso governo gasta muito, temos uma dívida pública gigantesca graças a isso. Ora, alguém consegue ver motivos para a existência do Ministério da PESCA? E aquele órgão com status de Ministério, o tal do Núcleo de Assuntos Estratégicos do pseudão Mangabeira Unger! Pra que serve, heim? Meus caros, tudo isso não passam de bobagens que gastam horrores. Dinheiro jogado na vala para fazer costurazinhas políticas.

E mais! O que esta sendo feito para coibir o endividamento da classe média. Só aumento na taxa de juros não basta, amigos. E a reforma previdenciária e política; as quantas andam? E os altos impostos, quando vamos rever nossas taxas tributárias? Existem uma porção de etecétreras se fossemos enumerar nossos problemas econômicos. Tantos e tão velhos que parecem clichês. Não, mas nem nossas crônicas agonias podem frustrar o sistema lulo-petismo de positivismo em ano eleitoral.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ensaio da música através dos tempos











“Não existiria o som se não houvesse o silêncio...” ouvi ao despertar Lulu Santos. Amanheci tranqüilo, satisfeito por poder respirar, por mais um dia. Uma manhã tranqüila, lá fora os pássaros sem compraziam com seus cantos. Lembrei de algumas músicas, haviam muitas, 20 anos ouvindo. Rádios, cd’s, dvd’s, minha músicas no computador. Recordei velhos tempos, tal qual saudosistas, apesar da pouca idade sempre fui um velho. Já havia chorado ouvindo o “Lembra de mim” de Ivan Lins; tentava lembrar de amores que não tive, como é humano ser um bobo. Foram tantas as emoções como diria o chato do Roberto Carlos.
Certo momento me vi em um triangulo, lutava por um amor, não sabia quem era. Lembro da canção, ela dizia “esqueça se ele não te ama”, ou algo parecido. A doce voz da Marisa Monte me fazia acreditar, eu estava apaixonado, não duvidaria disso, estragaria o encanto. Sonhei com esse amor, mas era manhã, sonhei acordado. Nem bem anoitecia dei por perdida a batalha, perdi o meu amor. Chorei ao som de algum sertanejo qualquer, não havia apenas músicas boas. Mas as boas que sabia me traziam as mais diferentes sensações.
Ouvi certa vez “Construção” de Chico Buarque, não havia nada de extraordinário, apenas um pedreiro ou servente que havia caído do alto do edifício em construção. Apenas isso, torço para que vocês acreditem que esse “apenas” foi uma ironia. Mas o fato existente, a sensação, foi um arrepio. Senti minha pele retrair e um calafrio que me percorria a espinha. A música trouxera um sentimento de tristeza, o fato era simples, porém cruel e real. Contudo eu me lembrava, não era a primeira vez. Como nossos pais, cantada na voz de Elis, mostrava o intelecto de Belchior, o compositor. Belchior, como Chico, também sabe o ponto exato que suas canções podem atingir. Mas não só eles, adicionemos à lista um Tom, o Jobim. Contamos também Toquinho, as vozes de Bethânia, de Gal, as composições e a voz tão inebriantes de Adriana Calcanhoto. É, a música já havia me dado muitas coisas. Senti muita raiva também, isso é certo.
Creio que uma das piores coisas de não se morar em um lugar isolado, distante de todo o mundo, é o fato de termos que ouvir o que nossos vizinhos ouvem. Já fui atordoado com tantos funks, raps, pagodes, alguns de grande sucesso - não cito nomes para não manchar o papel – pensei certa vez que iria enlouquecer, entretanto estou vivo. Porém é comum nesse mundo existirem coisas boas e ruins, algumas bem ruins, devo dizer.
Para finalizar, uma boa música, mas não sei. Sim, é algo que me atordoa agora, não sei mais o que ouvir. Certo seria ouvir coisas novas, mas não confio nesses produtos que estão à venda hoje em dia. Talvez coisas velhas que ainda não conheci, devem existir. Melhor fazer como um sonhador, ir rompendo fronteiras, chegando aos mais distantes horizontes. Mas claro, sempre fugindo da vizinhança.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Folclore – a origem da cultura popular




Sinônimo de cultura popular, o Folclore constitui-se num dos mais belos e tradicionais costumes de um povo. Danças, músicas, lendas, entre outras manifestações, compõem festas, tradições e costumes que são transmitidas por gerações, de pai para filho, de povo para povo. Daqui a dez dias comemora-se, no Brasil, o Dia do Folclore; hora de lembrar das figuras humildes, da sabedoria tradicional, dos mitos e das superstições das regiões brasileiras e do mundo.

Visitando os cinco cantos do país, vemos a fusão de culturas, a mistura do branco com o negro, o índio em meio aos dois; além de orientais, latinos, europeus. O brasileiro é feito da junção de todos os costumes, valores e tradições de pessoas do mundo inteiro. Seria difícil, em meio a isso, manter as antigas tradições, perpetuar a cultura do dia-a-dia simples, rotineiro e pitoresco. Hoje, o que temos são relatos, contados; causos, lendas, histórias fantásticas e simples do povo brasileiro: o folclore. A lenda da Boitatá, cobra de fogo que protege as matas e os animais; o Boto, animal que se transforma em homem para seduzir as donzelas no Amazonas; a Iara, nossa mãe d’água; entre tantas outras lendas, constituem o imaginário popular, a pureza da cultura nacional.

As brincadeiras, as canções, as danças, também constituem essas expressões culturais repletas de beleza e simplicidade. Cantigas de roda, acalantos, modinhas e serenatas misturam-se ao samba, ao baião; juntam-se às catiras, ao maracatu, à quadrilha. Torna-se imensa, rica e distinta a cultura popular. A língua falada, a literatura, as festas transmitem aos não sabedores uma cultura espontânea e sem autoria; as manifestações são do povo e de sua terra.

Uma manifestação sem idade e desprovida de autores, o Folclore, é a forma pura e simples dos valores e das tradições do homem. No século XIX, quando já se perdia no tempo, a pesquisa folclórica foi incentivada por toda a Europa. Devido a isso, hoje, o folclore é uma das principais inspirações de artistas do mundo inteiro. As obras, as festas, todas as manifestações folclóricas guardam um pouco da história humana antes dos avanços tecnológicos e comunicacionais. Voltar a elas é remeter a um lugar de transparência, beleza e sabor; é compreender a vastidão de conhecimento dos homens.

Ketley , uma heroína

Ketley é brasiliense , tem 20 anos de idade e já é uma heroína . Medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim, a judoca natural de Ceilândia , Ketley pode ser considerada um exemplo de superação e determinação num esporte que muitas vezes não é tão reconhecido no país.
Dona, Rosemary Oliveira Lima, de 42 anos, três filhas, separada , trabalha num salão de beleza em Ceilândia, ontem as pessoas interessadas em mudar um pouco o visual se depararam com as portas do salão fechadas. Dona Rosemary viajou para outro continente. Nunca, em toda a vida, pensou chegar tão longe. Na verdade, o lugar mais longe em que estivera havia sido no Piauí.
Na tarde de ontem, do outro lado do mundo, ela gritou como nunca. Quase não agüentou. Desesperou-se. Depois, chorou. Pensou que vivia um sonho. Na verdade, tudo era um sonho. Até estar ali. Muito longe do Ginásio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim, onde a dona do salão gritava e chorava de alegria.
Era verdade. A filha da dona do salão havia ganhado a luta. A brasiliense Ketleyn Lima Quadros, judoca de 20 anos, acabara de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim. Derrotou a australiana Maria Pekli. Tornou-se, em todos os tempos, a primeira atleta brasileira a subir ao pódio em uma prova individual.
Em Ceilândia, o povo — amigos, parentes e vizinhos — começou a invadir a casa da medalhista olímpica, era o momento de comemorar , de vibrar , afinal de contas aquela garota que aos 7 anos de idade começou num esporte que a principio não era a sua maior paixão, gostava de andar de patins, skate, jogava futebol, vôlei e handebol, era hiperativa e o esporte foi uma valvula de escape para essa garota , a opção foi a natação. danada Ketleyn saía da piscina e ficava olhando os treinos de judô. Espiava com o olho comprido. Queria muito estar ali, naquele tatame. Um dia, o professor Éder Marques da Silva, hoje com 45 anos, chamou a menina para treinar. Ela não pensou duas vezes, foi praticar judô, o esporte que iria mudar a sua vida. Hoje Ketley com 20 anos de idade é uma celebridade em Ceilândia, não é por menos , Ketley foi a primeira mulher a ganhar uma medalha em Jogos Olimpicos. Ketley uma garota de origem muito pobre e humilde é a espelho da maioria dos brasileiros que lutam, trabalham duro e nunca desistem. E que essa frase , escrita nas camisetas que a própria mãe de Ketley mandou confeccionar seja realmente uma realidade não só para a jovem judoca mas para todos nós: “Lutar sempre, cair talvez, desistir jamais”.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

China: a lição “Mao” aprendida.


Na década de 30 a China foi massacrada por forças externas de ocupação terrestres e principalmente aéreas. Amargou não só fracassos em baixas humanas, mas também enormes prejuízos financeiros. O que ela enfrentou foi uma covardia atroz provocada por países como Japão, Itália, Estados Unidos, Rússia, entre outros.
Oficialmente era uma guerra entre China e Japão, mas o que realmente aconteceu foi um covarde uso do país do Dragão como campo de provas de maquinário bélico e treinamento de pessoal de guerra. Para ter uma idéia, os pilotos japoneses, que fizeram a bem sucedida ofensiva contra a base americana de Pearl Harbor (que levou os Estados Unidos a entrarem na II Guerra Mundial) foram treinados arduamente em ataques a bases chinesas e cidades inofensivas.
A lição foi dura, os Tigres Voadores, grupo formado por mercenários americanos que lutavam ao lado dos chineses nos céus do oriente, durante anos sugou parte da frágil economia chinesa. Aviões e aviões foram comprados, salários altos pagos a americanos, italianos, russos para defenderem a China da terrível máquina de guerra japonesa. Tudo em vão, a China não conseguiu neutralizar, tampouco ver diminuído o número de cidades queimadas e de vítimas inocentes que tombavam como moscas diante dos aviões de caça japoneses.
No entanto, Itália, Rússia, Estados Unidos e alguns outros países mandavam, a preços exorbitantes, material bélico que os chineses compravam na tentativa de erguerem uma frente para defender suas grandes cidades e as plantações que tanta falta fazia às famintas famílias chinesas. O dragão agonizava. Multidões morrendo em meios às chamas das bombas incendiárias ou na ponta dos sabres dos oficiais de terra japoneses. Um verdadeiro holocausto, pouco lembrado em nossos livros de história.
Mal levantavam vôo, os novos aviões adquiridos, refugos em seus países de origem, os japoneses os derrubavam do céu como insetos na chuva. Quantas vezes as caixas de equipamentos eram bombardeadas ainda nos cais dos portos chineses, antes da montagem. Outras tantas, milhares foram dizimados deixando as águas do Yang-Tsé vermelhas de sangue. Os japoneses atiravam sem nenhuma chance de erro para um alvo farto as margens do rio.
O que me deixa perplexo, no entanto, é que mesmo depois de toda esta brutal experiência, não consigo conceber a idéia de um povo chinês dividido e subjugando uns aos outros. Fico atônito quanto membros do partido vermelho usam seus poderes para aprisionar e trancafiar pessoas contrarias às suas idéias. Fico horrorizado, quando percebo um mundo “civilizado” aceitando tudo isso e louvando os Jogos Olímpicos, que nada mais é do que uma máscara para encobrir vergonhas e injustiças cometidas pelos iguais à população alienada do interior.
Enquanto multidões em todo o mundo assistem ao espetáculo, montado em Pequim, muitos chineses não tem sequer o direito de entrarem em sua capital, quanto menos, visitar os “templos” criados para o evento esportivo. Somente alguns privilegiados têm o passe especial para entrar na cidade. Pior, é ouvir o “grande comunicador”, “da grande rede de TV brasileira” louvando o “planejamento invejável” dos chineses quando arranjaram um casamento entre dois chineses para “criarem” o gigante do basquete Yao Ming. Tudo arranjado pelo partido comunista. Absurdo.
Os jogos é uma tentativa de “abertura” ao mundo democrático? É o que pregam, mas no âmago não combina com o sistema endurecido dos líderes chineses. Não faz côro quando lembramos dos oprimidos do interior. Daqueles que tiveram que abandonar suas casas e cederem seus lares para construções monumentais que jamais conhecerão.
Parece que anos de duras penas não foram suficientes para trazer a união do poder chinês ao povo. Aqueles que deveriam defender a maioria fraca, subjuga e controla com mãos de ferro. Destrói e mói aqueles que ainda vivem sob o ataque não de bombas e sabres japoneses, mas do pesado jugo infringido por seus próprios irmãos.

O nadador alienigena


Dizer que Michael Phelps é extraordinário já é redundância , o próprio nome já diz tudo. Que nadador!! Como nada esse americano!! O maior atleta dessas Olimpíadas demonstra a cada prova que é de outro mundo . Dois ouros até agora na competição, um nos 400 medley com direito a recorde mundial , ouro no revezamento 4 x 100 livre com a equipe americana e novamente recorde mundial. A meta é chegar a oito ouros, e quem duvida que isso vai acontecer?
Phelps estreou nos Jogos Olímpicos com quinze anos de idade, em Sidney, e obteve a quinta colocação na final dos 200m borboleta. Cinco meses após os Jogos, aos 15 anos e 9 meses de idade, bateu o recorde desta mesma prova, tornando-se o mais novo nadador de todos os tempos a bater um recorde mundial de natação.
Michael Phelps é reconhecido por seu grande êxito na natação, o que inclui uma extraordinária marca de oito medalhas nas Olímpiadas de Atenas em 2004 , sendo seis delas de ouro (100m e 200m borboleta, 200m e 400m estilos, 4x100 estilos e 4x200 livres) e outras duas de bronze (200m livres e 4x100m livres).
Muitos o comparam com o nadador também americano Mark Spitz que ganhou 7 medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1972 em Munique, recorde mundial.
Mas o objetivo maior de Michael Phelps é sem dúvida as Olimpíadas de Pequim onde pretende bater a marca de seu compatriota Mark Spitz e conquistar 8 medalhas de ouro. Se conseguir, o feito colocará Phelps em um patamar muito mais elevado do que os outros atletas o transformará no maior atleta da história do esporte, antes de voltar para o seu planeta de origem.
Phelps não é um simples atleta , Michael Phelps é incomparável, sem dúvida nenhuma é um "monstro" das piscinas.
O nadador tem o seu corpo adptado para os esportes aquáticos. Se uma pessoa dividir a sua altura pelo comprimento da sua cabeça até o seu umbigo o que conseguimos é, normalmente, a medida de 1,618 - Phelps tem o quociente de mais de 5,7. Michael é desproporcional: tem braços excepcionalmente compridos (uma envergadura de 18 metros e um comprimento de 4,95 metros), além de pernas curtas e pés de 89 centímetros! Impressionante para um atleta dessa modalidade.
A natação, inclusive, nessas Olimpíadas está a cada prova mostrando ao mundo um alto nivel, atletas muito bem preparados e provas com muito equilibrio, tanto é que no revezamento 4 x 100 livre, a França, quase tasca a medalha de ouro dos americanos , só não venceram por uma braçada. É emoção que não acaba mais no Cubo d' água!!!

domingo, 10 de agosto de 2008

Jogos históricos em solos impuros



Antes mesmo do início dos Jogos Olímpicos, a China já dava ao mundo inteiro prévias do que se passariam em seu território. Os massacres aos tibetanos comoveram o planeta, parte da imprensa cogitou um boicote aos jogos de Pequim; pouco antes da abertura das olimpíadas, dois repórteres japoneses foram espancados. Mas nada aconteceu. O mundo parece ter se habituado ao chão vermelho sangue do país comunista. Espancamento, prisões e mortes anteciparam a festa de início dos Jogos Olímpicos. Todos torcem, agora, para que a beleza histórica dos jogos criados pelos gregos não se torne o horror dos Jogos Sangrentos, o filme trash feito de sangue e corpos humanos. Características com as quais os chineses estão acostumados.

Desde a Revolução Cultural Chinesa, que perpetuou o comunismo no país, trazendo junto a si milhões de mortos, o totalitarismo silencia um povo pobre e humilde. No lugar, não há imprensa, muito menos oposição. O vermelho do comunismo toma muros, ruas, casas. Com as portas abertas para as riquezas do capitalismo, o país parece mascarado. Ora é o dragão que prospera, enriquece levando consigo uma ínfima parte da população. Ora é o dragão que vigia, censura, emudece seus quase dois bilhões de habitantes. O dragão da prosperidade tenta passar ao resto do mundo suas alegrias, suas belezas, a riqueza de suas antiguidades. O outro, que vigia, esconde-se, mas não desaparece. Este permanece ali, abomina estrangeiros, sente repulsa pelo diferente; é o retrato fiel e puro do partido comunista.

As Olimpíadas na China não me atraíram. Mantenho-me como outra versão do animal de vigia. Espero, observo. Por alguns momentos chego a torcer por meu erro, que a China não dê a todos o que tem de pior. Torço para que a beleza grega impere para que, assim, os chineses possam ver um mundo mais belo, de liberdade, sem rigidez; que veja sinais de um futuro melhor. No entanto, espero.

Enquanto isso, em outras paisagens muito distantes dos dois dragões chineses, outro povo pobre e humilde sonha ver de perto as chamas olímpicas. Rio de Janeiro 2016, clamam; com o aval de seu presidente, que discursa populismo. Novamente entristeço. Outra vez as Olimpíadas em meio ao vermelho sangue, longe da história e da beleza de Olímpia.

O tiro

Próxima campanha da minha gestão: acabar com a cela dos meliantes "importantes"

O tiro da semana vai para o...para o...Ministro com cara de BOI SONSO, Tarso Genro. Protagonista das maiores gafes do último mês, Genro conseguiu, nos últimos dias, causar mais problemas que o PT inteiro em jejum sexual.

Semana passada, tentou modificar a Lei da Anistia para permitir a punição de torturadores e assassinos da ditadura militar. Resultado: FIASCO TOTAL. Não conseguiu nem o apoio do governo e ainda arrumou uma azia com os pomposos militares Piores foram suas declarações de apoio à decisão do STF de restringir o uso de algemas. Com cara de bom velhinho, disse que a resolução foi “sensata e equilibrada”.

Já é uma gigante bobagem a discussão deste tema pelo Supremo e ainda temos que ouvir o apoio desnecessário do Ministro da justiça a esta balbúrdia! Tudo isso por causa da prisão do DAN-DAN e da já clássica imagem do “PITTINHA” de pijaminha!

Genro, culpar a imprensa por tudo é coisa de intelectual, mas vá lá! Agora, fazer coro para restrição de algemas é tosco, pra dizer o mínimo! Porque não culpou o César Tralli? Com isso a gente está mais acostumado.

sábado, 9 de agosto de 2008

Torniquete da semana

Porque não eu? Anta e Casa Branca é quase pleonasmo

Ok, Ok! Ela é chata pra burro. Ou burra de tão chata. Mas amigos, bons redatores e publicitários fazem milagres até divertidos com celebridades antas. Vi muito sarcasmo neste videozinho da Paris Hilton. Bonitinha, a loira apareceu diante das câmeras para fazer uma retaliação ao filme publicitário do candidato pseudo conservador a Casa Branca, John McCain. O republicano usou imagens da loirinha-burra-rica para detonar o pop presidenciável e democrata, Barack Obama.

De biquíni, Paris lançou uma falsa campanha presidencial, sacaneou os dois principais canditados a presidência americana e ainda ameaçou pintar a Casa Branca de rosa. Ficou legal

Nada que um tele pronter, loucos publicitários e uma gorda conta bancária não possa fazer.

Histórias quase verdadeiras

Um país de Santos Cristos

Ajudar as pessoas e melhorar o país sempre foi o grande sonho de João de Santo Cristo. Ao chegar à Brasília para trabalhar como ajudante de carpinteiro ele se viu perto de realizar o que queria. Porém, sua vida foi marcada pela contradição. Logo na capital brasileira, Santo Cristo, virou ladrão, traficante, justiceiro. A vida de João poderia, facilmente, se tornar um filme e ter uma conotação maior que Cidade de Deus. Mostrar a origem de uma realidade cruel que assola o Brasil. Santo Cristo, como Mané Galinha – personagem principal do filme - tem um fim trágico: um tiro pelas costas disparado por Jeremias, traficante rival.

Em Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles, Mané Galinha é também um justiceiro. Vive uma vida simples, cobrador de ônibus, homem comum. Porém o assassinato cruel de sua família o faz entrar em um mundo de crimes. Já traficante, assaltante e assassino ele perde sua vida também com um tiro, dado pelo filho de uma de suas vítimas num assalto.

Estatísticas mostram que, desde 1950, o índice de crimes cometido por jovens entre 15 e 25 anos dobrou no Brasil. Enquanto na década de 50, para cada 100 mil habitantes havia 6,2 jovens detidos por crime. Hoje, o número é de 12,5; adolescentes que cometem homicídios, latrocínios e furtos. Os números chegam a assustar quando se chega ao tráfico de drogas. Em 1950, eram 0,6 jovens traficantes para 100 mil habitantes, 15,5 nos dias atuais.

A morte trágica de João de Santo Cristo despertou o país para um problema sério e esquecido por nossos políticos: a entrada cada vez mais precoce de jovens no mundo do crime. Os tiros disparados por Santo Cristo e Jeremias, pelo domínio do tráfico na capital brasileira, despertou o sono do Presidente, de Deputados e, de Senadores. Mas torcemos, quem sabe não foi apenas o sono que as duas mortes vieram depertar.


PS. – Todos os personagens são fictícios, a história, apesar de não aparentar, também é uma criação. João do Santo Cristo e Jeremias morreram anos atrás em Faroeste Caboclo, canção do álbum Que País é Este?, da Legião Urbana. Entretanto todos os dados apresentados no texto são reais.