Dona, Rosemary Oliveira Lima, de 42 anos, três filhas, separada , trabalha num salão de beleza em Ceilândia, ontem as pessoas interessadas em mudar um pouco o visual se depararam com as portas do salão fechadas. Dona Rosemary viajou para outro continente. Nunca, em toda a vida, pensou chegar tão longe. Na verdade, o lugar mais longe em que estivera havia sido no Piauí.
Na tarde de ontem, do outro lado do mundo, ela gritou como nunca. Quase não agüentou. Desesperou-se. Depois, chorou. Pensou que vivia um sonho. Na verdade, tudo era um sonho. Até estar ali. Muito longe do Ginásio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim, onde a dona do salão gritava e chorava de alegria.
Na tarde de ontem, do outro lado do mundo, ela gritou como nunca. Quase não agüentou. Desesperou-se. Depois, chorou. Pensou que vivia um sonho. Na verdade, tudo era um sonho. Até estar ali. Muito longe do Ginásio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim, onde a dona do salão gritava e chorava de alegria.
Era verdade. A filha da dona do salão havia ganhado a luta. A brasiliense Ketleyn Lima Quadros, judoca de 20 anos, acabara de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim. Derrotou a australiana Maria Pekli. Tornou-se, em todos os tempos, a primeira atleta brasileira a subir ao pódio em uma prova individual.
Em Ceilândia, o povo — amigos, parentes e vizinhos — começou a invadir a casa da medalhista olímpica, era o momento de comemorar , de vibrar , afinal de contas aquela garota que aos 7 anos de idade começou num esporte que a principio não era a sua maior paixão, gostava de andar de patins, skate, jogava futebol, vôlei e handebol, era hiperativa e o esporte foi uma valvula de escape para essa garota , a opção foi a natação. danada Ketleyn saía da piscina e ficava olhando os treinos de judô. Espiava com o olho comprido. Queria muito estar ali, naquele tatame. Um dia, o professor Éder Marques da Silva, hoje com 45 anos, chamou a menina para treinar. Ela não pensou duas vezes, foi praticar judô, o esporte que iria mudar a sua vida. Hoje Ketley com 20 anos de idade é uma celebridade em Ceilândia, não é por menos , Ketley foi a primeira mulher a ganhar uma medalha em Jogos Olimpicos. Ketley uma garota de origem muito pobre e humilde é a espelho da maioria dos brasileiros que lutam, trabalham duro e nunca desistem. E que essa frase , escrita nas camisetas que a própria mãe de Ketley mandou confeccionar seja realmente uma realidade não só para a jovem judoca mas para todos nós: “Lutar sempre, cair talvez, desistir jamais”.
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