domingo, 10 de agosto de 2008

Jogos históricos em solos impuros



Antes mesmo do início dos Jogos Olímpicos, a China já dava ao mundo inteiro prévias do que se passariam em seu território. Os massacres aos tibetanos comoveram o planeta, parte da imprensa cogitou um boicote aos jogos de Pequim; pouco antes da abertura das olimpíadas, dois repórteres japoneses foram espancados. Mas nada aconteceu. O mundo parece ter se habituado ao chão vermelho sangue do país comunista. Espancamento, prisões e mortes anteciparam a festa de início dos Jogos Olímpicos. Todos torcem, agora, para que a beleza histórica dos jogos criados pelos gregos não se torne o horror dos Jogos Sangrentos, o filme trash feito de sangue e corpos humanos. Características com as quais os chineses estão acostumados.

Desde a Revolução Cultural Chinesa, que perpetuou o comunismo no país, trazendo junto a si milhões de mortos, o totalitarismo silencia um povo pobre e humilde. No lugar, não há imprensa, muito menos oposição. O vermelho do comunismo toma muros, ruas, casas. Com as portas abertas para as riquezas do capitalismo, o país parece mascarado. Ora é o dragão que prospera, enriquece levando consigo uma ínfima parte da população. Ora é o dragão que vigia, censura, emudece seus quase dois bilhões de habitantes. O dragão da prosperidade tenta passar ao resto do mundo suas alegrias, suas belezas, a riqueza de suas antiguidades. O outro, que vigia, esconde-se, mas não desaparece. Este permanece ali, abomina estrangeiros, sente repulsa pelo diferente; é o retrato fiel e puro do partido comunista.

As Olimpíadas na China não me atraíram. Mantenho-me como outra versão do animal de vigia. Espero, observo. Por alguns momentos chego a torcer por meu erro, que a China não dê a todos o que tem de pior. Torço para que a beleza grega impere para que, assim, os chineses possam ver um mundo mais belo, de liberdade, sem rigidez; que veja sinais de um futuro melhor. No entanto, espero.

Enquanto isso, em outras paisagens muito distantes dos dois dragões chineses, outro povo pobre e humilde sonha ver de perto as chamas olímpicas. Rio de Janeiro 2016, clamam; com o aval de seu presidente, que discursa populismo. Novamente entristeço. Outra vez as Olimpíadas em meio ao vermelho sangue, longe da história e da beleza de Olímpia.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito interessante....
e para qm num acredita q estamos nos tmpos finais da existência do mundo pára e pensa até q pontos chegamos, os chineses estão bombardiando as nuvens para não chover. "É ou não é o fim do mundo?" Querem brincar de ser Deus.
A única coisa que posso fazer é orar por esse país.