a arte ainda parecia-se com arte, sentia-se angustiado
ante a queda da beleza artística
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Se o livro que estamos lendo não nos acorda com uma pancada na cabeça, por que o estamos lendo? Porque nos faz felizes, como você escreve? Bom Deus, seríamos felizes precisamente se não tivéssemos livros e a espécie de livros que nos torna felizes é a espécie de livros que escreveríamos se a isso fôssemos obrigados. Mas nós precisamos de livros que nos afetam como um desastre, que nos magoam profundamente, como a morte de alguém a quem amávamos mais do que a nós mesmos, como ser banido para uma floresta longe de todos. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo que há dentro de nós. É nisso que eu creio.” Franz Kafka
Em minhas discussões sempre busquei definir o que era a arte pura, tal como deveria ser; as sensações que deveriam ser transmitidas: o elemento humano e seus desafios, suas misérias, seus anseios. Toda a vida humana é que encabeça a arte mais profunda, mais imprecisa e angustiante. O pensamento acima, de Kafka, é a que melhor define a pureza que deve conter a boa arte. Um livro, um filme, um quadro, todos devem trazer essa angústia, uma espécie de choque que liberte o homem de sua própria ignorância, de sua entediante condição humana. Há algum tempo, falei da arte como espelho do real, era nisso que pensava. Toda a vida humana pensada, cantada ou pintada; retratos de amores reais, de mortes, de sofrimentos. As palavras acima foram escritas há mais de 100 anos, em carta de Kafka a Oscar Pollak, naquela época a boa arte ainda podia ser vista, seja nas palavras de Tolstoi ou nas telas de Paul Cézanne.
O conceito de arte no ocidente define-se por todas as atividades humanas ligadas ao prazer, à beleza, às emoções e às idéias. Tudo que é do homem, em seus aspectos mais íntimos, é refletido pela arte. As manifestações que decorrem da necessidade material, isto é, do dinheiro, ou até mesmo de um desejo por fazer parte do belíssimo céu onde se encontram Mozart, da Vinci e Homero, são os responsáveis por demarcarem ou até mesmo denegrirem os conceitos de arte. Segundo Theodor Adorno, membro da Escola de Frankfurt, a qual criou os conceitos de “indústria cultural” e “cultura de massa”, baseada nos princípios de Karl Marx, toda a cultura de massa é narcisista, pois pretende glorificar a imagem do homem enquanto ser superior. Partindo dessa cultura de devoção aos homens, nota-se o grande apelo humano por se ver destituído de misérias e de sofrimentos.
Analisando a situação atual, distante de Kafka em um século e de Adorno em quase 50 anos, pode-se notar a indústria de cultura agora não mais como um fenômeno que deve ser impedido, mas como elemento já arraigado na sociedade e, por isso, pouco percebido. Atendendo aos apelos da imprensa e de ONGs por leitura, o governo acaba apoiando qualquer tipo de obra sem nenhum cunho educacional ou artístico, cria-se um emaranhado de pseudo-escritores, apóia-se uma falsa cultura. No cinema, também com o apoio governamental, criam-se longas-metragens, curtas-metragens, todos fracassos de bilheteria. O apelo mundial por cultura a torna desconexa e disforme.
A arte pura e profunda, a qual agrada intelectuais e é responsável por retratar com beleza os sentimentos humanos, parece perder-se em meio a esse mundo de apelo ao simples e comum. Os homens estão cada vez mais satisfeitos com o que lhes é mais belo, com seus retratos mais imaginários. Séries e novelas preenchem tempo e são objetos de lazer. A vida em sociedade, com isso, não requer mais a reflexão, recai-se no consolo utópico de se ver no corpo do modelo e nas intrigas de amores adolescentes. Resta aos poucos devotos de elementos artísticos mais profundos e reflexivos essa volta eterna ao passado, às palavras de um Goethe, às músicas de Strauss ou às telas de Van Gogh.
Em minhas discussões sempre busquei definir o que era a arte pura, tal como deveria ser; as sensações que deveriam ser transmitidas: o elemento humano e seus desafios, suas misérias, seus anseios. Toda a vida humana é que encabeça a arte mais profunda, mais imprecisa e angustiante. O pensamento acima, de Kafka, é a que melhor define a pureza que deve conter a boa arte. Um livro, um filme, um quadro, todos devem trazer essa angústia, uma espécie de choque que liberte o homem de sua própria ignorância, de sua entediante condição humana. Há algum tempo, falei da arte como espelho do real, era nisso que pensava. Toda a vida humana pensada, cantada ou pintada; retratos de amores reais, de mortes, de sofrimentos. As palavras acima foram escritas há mais de 100 anos, em carta de Kafka a Oscar Pollak, naquela época a boa arte ainda podia ser vista, seja nas palavras de Tolstoi ou nas telas de Paul Cézanne.
O conceito de arte no ocidente define-se por todas as atividades humanas ligadas ao prazer, à beleza, às emoções e às idéias. Tudo que é do homem, em seus aspectos mais íntimos, é refletido pela arte. As manifestações que decorrem da necessidade material, isto é, do dinheiro, ou até mesmo de um desejo por fazer parte do belíssimo céu onde se encontram Mozart, da Vinci e Homero, são os responsáveis por demarcarem ou até mesmo denegrirem os conceitos de arte. Segundo Theodor Adorno, membro da Escola de Frankfurt, a qual criou os conceitos de “indústria cultural” e “cultura de massa”, baseada nos princípios de Karl Marx, toda a cultura de massa é narcisista, pois pretende glorificar a imagem do homem enquanto ser superior. Partindo dessa cultura de devoção aos homens, nota-se o grande apelo humano por se ver destituído de misérias e de sofrimentos.
Analisando a situação atual, distante de Kafka em um século e de Adorno em quase 50 anos, pode-se notar a indústria de cultura agora não mais como um fenômeno que deve ser impedido, mas como elemento já arraigado na sociedade e, por isso, pouco percebido. Atendendo aos apelos da imprensa e de ONGs por leitura, o governo acaba apoiando qualquer tipo de obra sem nenhum cunho educacional ou artístico, cria-se um emaranhado de pseudo-escritores, apóia-se uma falsa cultura. No cinema, também com o apoio governamental, criam-se longas-metragens, curtas-metragens, todos fracassos de bilheteria. O apelo mundial por cultura a torna desconexa e disforme.
A arte pura e profunda, a qual agrada intelectuais e é responsável por retratar com beleza os sentimentos humanos, parece perder-se em meio a esse mundo de apelo ao simples e comum. Os homens estão cada vez mais satisfeitos com o que lhes é mais belo, com seus retratos mais imaginários. Séries e novelas preenchem tempo e são objetos de lazer. A vida em sociedade, com isso, não requer mais a reflexão, recai-se no consolo utópico de se ver no corpo do modelo e nas intrigas de amores adolescentes. Resta aos poucos devotos de elementos artísticos mais profundos e reflexivos essa volta eterna ao passado, às palavras de um Goethe, às músicas de Strauss ou às telas de Van Gogh.
Um comentário:
Parabéns Anderson!!! Adorei seu Blog! Continue sendo esta Luz , da razão e sensibilidade, a brilhar sobre os que têm olhos de ver e para aqueles que a alienação os tornou insensíveis à grandiosidade da existência Humana!
Um grande abraço, Mel
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