sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Babel de culturas


A metáfora bíblica decerto fora a maior das profecias – ou, simplesmente, uma constatação precoce das diferenças entre os homens. A humanidade está dividida em valores culturais e idiomas distintos, os quais talvez nunca sejam compreendidos uns pelos outros. Impossibilitados do diálogo, cegos por construções culturais diversas e etnocentristas, envoltos numa Babel de culturas, nunca será possível às nações um acordo que os leve à paz e o bom convívio.


Isso é o que pudemos perceber dias atrás, durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nas falas de líderes como Mahmoud Armadinejad, do Irã, Muammar Gaddaffi, ditador da Líbia, Hugo Chávez, da Venezuela, e companhia não menos assombrosa.


Há um misto de discursos vazios e envoltos em retórica, como os de Obama e Lula, e explanações revoltosas, como as do líder líbio. Sozinho no discurso de unidade entre as nações, o secretário-geral da ONU, Ban Kimoon, parece não compreender os desafios que tem de enfrentar. Kimoon pede a todos que tolerem suas diferenças em busca de solução para as mudanças climáticas, a pobreza e a gripe suína.


Mas eles não se entendem. Falam línguas diferentes, creem em deuses e sistemas díspares. Alguns veem na violência e na guerra seu único discurso. Deus talvez tenha errado em, além de dividir a humanidade em línguas, tê-la dividido também em culturas tão excêntricas.

Um comentário:

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

mas tem o mesmo amor pelo poder e também o mesmo des-respeito pelo seu povo