terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O que é Lua Nova?




Creio que poucas obras refletem tão bem a atualidade como os filmes Crepúsculo e Lua Nova. Do primeiro, não tenho porque me queixar, pois não o assisti. Infelizmente, o mesmo não me aconteceu com o segundo. Fui induzido a cometer o tão insidioso ato de assisti-lo em nome da boa relação humana. Lua Nova agora vai ser o meu pesadelo de 2009. Quando lembrar-me desse ano algum dia no futuro, lembrarei do quanto o mundo já estava corroído por obras superficiais e baratas como o referido filme.

O grande problema, devo salientar, não é especificamente com Crepúsculo, Lua Nova e os outros filmes da série que ainda serão feitos. Obras como essas existem várias por aí, algumas até mesmo com atores, direção, fotografia e roteiro piores. Sei que parece impossível, mas existem sim, basta assistir aos filmes exibidos na TV Globo. O assombroso nessa série de filmes pueris baseados em livros de uma tal Stephanie Meyer é o grau de arrebatamento que ela suscita na sociedade.

Há meses não se fala em outra coisa em universidades, bares, lares e estaleiros. Fala-se de um “casal perfeito”, da beleza dos protagonistas e outras coisas fundamentais às pessoas de pouco juízo. Mas o que é, afinal, Lua Nova?

Quando pensei que tivéssemos deixado para trás esse cultivo infantil a lendas de vampiros e lobisomens, eis que essas antigas histórias ressurgem para ilustrar o amor de Bella e Edward. E, como se não bastasse, insinuando o amor impossível de uma humana por um vampiro, remetendo conscientemente à história de Romeu e Julieta – o livro de Shakespeare aparece no filme para ilustrar essa semelhança.

Lua Nova é, sem dúvida, um filme que retrata bem nosso tempo: a superficialidade e a fantasia redimindo-nos da dura realidade cotidiana. Pão e circo – nunca usei essa expressão, mas aqui ela é válida. Pensando assim, o filme tem lá seu valor.

Para os apaixonados por cinema, no entanto, fica a sensação de fim do mundo. Ninguém sabe ao certo nem a qual gênero pertence Lua Nova. Afinal, é romance sem ser romântico, é suspense sem ser um Hitchcock, é drama sem comover ninguém. Mas atrai o público como dinheiro.

5 comentários:

Anônimo disse...

Penso que a saga Crepúsculo é feita para crianças, adolescentes e adultos apenas para entretenimento e descontração. É uma ficção apenas por ficção, nada mais. Não acredito que o autor perderia seu precioso tempo fazendo uma crítica à 'Bela e a Fera'. Afinal, sua diversão não precisa ser igual a dos demais. É apenas mais um livro transformado em filme, assim como Harry Potter, Senhor dos Anéis... não vejo 'Pão e Circo', afinal, as bilheterias de cinema e as livrarias são tão caras que não permitem que toda a sociedade tenha acesso ao seu conteúdo, muitas vezes banal, outras não. Aceito esse jargão para novelas, mas não vejo a indústria cinematográfica hollywoodiana, descente ou não, sendo discutida em pontos de ônibus e escolas públicas de primeiro e segundo grau.
Acho sua crítica construtiva no ponto de vista de produção de filme, mas acho que não se encaixa nos problemas da sociedade.

Alessandro-INSIGMUND disse...

Sabe, não repugno Crepúsculo, porém não vejo motivos para cultuá-lo, conceituo-o apenas como indiferente.
“Falem bem ou falem mal, falem de mim” - O grande problema da mídia é enfatizar em demasia os problemas e esquecer-se de expor as possíveis soluções. Ao acoimar Crepúsculo, estamos apenas aguçando os leitores a assisti-lo, por pior que o julguemos a curiosidade tende a ir para o caminho mais movimentado, afinal para se falar mal de Crepúsculo é preciso tê-lo assistido.
Tomara que sua próxima crítica cinéfila seja de um bom filme, de um grão de trigo em meio ao joio, pois de ouvir falar, em universidades, bares, lares, estaleiros e blogs, sobre Crepúsculo e afins já estou cansado.

(http://insignificantemundo.blogspot.com/2009/12/sonhos-cotidianos-e-o-fantastico-mundo.html)

Abraços,
Alessandro

Anderson Oliveira disse...

Olá,

A minha vontade ao escrever sobre esse filme era, a princípio, de fazer uma analogia entre a contemporaneidade e filmes como Harry Potter e a saga Crepúsculo. Mas essa não é tarefa das mais fáceis, pois é necessário maior embasamento, para não se incorresse no risco de uma análise superficial que se pretende profunda.
Portanto, preferi falar da sensação que ficou: que tipo de filme é Lua Nova e como um filme tão fraco em tudo (muito pior que o Harry)pode fazer tanto sucesso?

Obrigado!

Anônimo disse...

Um artigo um tanto quanto polêmico ainda mais para quem é fã da saga.
Os que mais me surpreende na questão dos filmes importados são que eles acabam tendo uma influência monstruosa para a nossa nação.
Assisti aos dois filmes, não fui obrigado, na verdade queria assistir para conhecer, porém "crepúsculo" eu achei um lixo, se o Conde Drácula assistisse ao filme morreria de vergonha. Já "Lua Nova" teve um efeito um pouco mais agradável na qual existiram conflitos e um pouco mais de drama. O tal Edward quase nem aparece no filme. Até achei bom, pois eu curto os CANIS LUPUS. Também não acredito ser um problema para a sociedade. Qualquer filme que seja, será voltado ao lucro. Talvez o que possa incomodar aqueles que não gostam dos filmes, é a relação custo/beneficio, na qual se paga um preço na qual não foi prazerosa.

Abraços



temdetudoecap.blogspot.com

Sandro Dantas disse...

Também tentei falar sobre o assunto, esta no meu blog:

http://insignificantemundo.blogspot.com/2009/12/sonhos-cotidianos-e-o-fantastico-mundo.html

Gostaria de saber sua opinião!

Abraços,
Alessandro