quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Maravilhosas e cruéis palavras de Gerald Thomas

SEJA UM IDIOTA


Tenho estado num estado bastante “ofegante” e “ofendido”. O leitor deverá perguntar: Por que ofendido? A resposta não é simples. Bem, talvez seja. Tenho relutado em escrever esse artigo assim como tenho pensado muito se devo ou não manter um blog e, assim como cada homem, mulher, criança, mosca, mosquito nesse planeta, emitir uma opinião, sentimento, sensação, publicar BlogNovelas, roteiros, berrar contra as VERDADES ABSOLUTAS, publicar minhas próprias mentiras… Ou seja, tentar vaga para síndico nessa Babel Virtual e inadministrável de nicknames onde ninguém é ninguém, mas todos sabem de tudo. UFA!

Hugh Hudson é um dos poucos autores-diretores de cinema do mundo. Inventor de técnicas lindíssimas, ele conta ‘coisas’ épicas terrivelmente cruéis, românticas e históricas (mortes, guerras, o sofrimento humano, o eterno retorno ou a eterna busca do filho ao útero universal). Hugh está sempre contando a mesma estória, através de seus filmes, seja o tema qual for. O ‘underdog’ – o fodido – é sempre aquele que acaba por contar a saga, desde Al Pacino em “Revolução Revisitada” (que filme deslumbrante, deus do céu!) ou o garoto Tarzan, filho de aristocrata, criado por macacos na África e que vira um “primitivo” e quase é abatido pelos snobs. O mesmo acontece em toda sua obra, assim como na obra de Beckett, seus personagens, apesar da troca de nome, são um só, ou seja, o próprio autor.

Claro que Hugh é humilde e rejeita essa noção. Mais humilde sou eu, e eternamente grato por essa amizade. E? E o quê? E bestificado com a imprensa brasileira que ignorou sua presença aqui para não sugar da experiência do diretor de “Carruagens de Fogo” seu conhecimento DE VIDA, afinal esse cara ainda é de extrema influência num lugar no mundo que se chama Grã-Bretanha e ramificações!

Bem, nessa minha saída do mundo virtual não quero culpar ninguém a não ser eu mesmo. Tem sido fantástico. Nos últimos dias as conversas tem sido maravilhosas. Mas o que tenho visto, vivido, decepcionante. Ninguém do meu próprio elenco apareceu no debate com o Hugh. Claro, devem ter tido mais o que fazer. Digo, coisas mais importantes. Devem saber tudo sobre a Guerra da Independência Americana (justamente agora, às vésperas de uma outra espécie de “guerra da independência” que acontece dentro dos USA, a eleição de Obama). Claro, essa é a cara de um elenco moderno e informado. E isso me leva às lágrimas e ao desespero.

Nesses dias de eras turbulentas, temos muito o que fazer. Estamos muito ocupados. Todos. Imagino. Cada um tem um blog para administrar. Cada um tem um livro para publicar, virtual ou não. Cada um tem um novo software para instalar, uma viagem programada antes do final do fim do mundo. Ninguém ainda acordou para o fato de que CULTURA… TER CULTURA AINDA É A ÚNICA ÂNCORA REAL QUE TEMOS PARA NÃO SERMOS ENGANADOS, assim como somos enganados em portais como esse, com entrevistas falsas mentirosas, encomendadas, como foi aquela do Lula há uns dias! Um nojo!

Bom exemplo nos dá o Alan Greenspan. Anos e anos no topo lá do Federal Reserve, pintando e bordando. Até que, na quinta passada, três anos depois de ter saído do Fed, o homem admitiu ter colocado muita fé no poder auto-corretivo do mercado financeiro. Olha só que loucura! Como pode um homem, cuja postura coporal, maneira de se comportar fisicamente e expressão facial, valia pontos no Dow Jones, cuja forma de andar (no dia em que ele dava seu speech, logo ele casado com a repórter da NBC Andréa Mitchell), a forma de se comportar era analisado e isso em si já era “jogado” na bolsa: como pode ele agora dizer que ADMITE alguma coisa? Depois do CRASH, depois disso que já está decididamente se tornando uma das maiores dores de cabeça da HISTÓRIA (até pro Lula Blindado), Greenspan se torna “humilde” e retira suas cagadas. Wow! Ele mesmo declarou que está num estado de choque e… Haha!

Eu ia escrever um artigo enorme sobre o Paul Krugman que conheço, remotamente, há anos. Mas não gosto de sites, portais, etc, que mentem. Me sinto mal. Não vejo propósito. Se é para continuar a escrever, posso sempre abrir um myspace, yourspace, ourspace, nospace or some fucking space ou qualquer merda dessas. Ou simplesmente escrever para mim mesmo, como 3 bilhões de pessoas fazem.

Eu ia, também, descrever momentos de um mais-que-maravilhoso jantar com o Reinaldo Azevedo. Mas… Para que seja tudo distorcido? Sorry, estou sem energia para isso agora. Anotei algumas coisas e os momentos mais preciosos serão guardados para momentos mais preciosos (com a autorização do próprio).

Ontem, num vôo, tive o imenso prazer de encontrar com o Jabor, que amo. Difícil ter conversa mais interssante e mais íntima. Nos conhecemos há sei láa quantos anos e… sei lá quantas coisas temos em comum. Feliz da vida, ele vai voltar a rodar um filme. Fomos das origens da Al Qaeda até o fato de que hoje ninguém sabe nada mesmo e não adianta. Ele foi muito gentil em me mandar 2 de seus filmes que assistirei no vôo de volta pra NY. Num de seus sites achei o exemplo ideal do que somos hoje, do que seremos amanhã.

“SEJA UM IDIOTA

A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele”. (Arnaldo Jabor)

Pois é. Quando me olho no espelho ou para a tela do computador percebo que não tenho mais vida. Percebo que está tudo enfiado aqui dentro. Será isso que quero para mim? Será isso que queremos para nós?
Pensem bem. Sentados diante de telas o dia inteiro na ilusão de que o mudo está aqui dentro enquanto que, na verdade, essa coisa virtual já nos pegou de tal forma que não sabemos mais se somos daltônicos, insensitivos, gelados, compulsivos, exibicionistas, atores sem palco, diretores sem elenco, escritores sem páginas e pintores sem tela.
Vivemos num vácuo que nem astrônomos conseguem explicar, porque, como diz o dito popular, o buraco é mais embaixo.

Do blog de Gerald Thomas

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Manifesto do Repúdio


Há algum tempo certo trabalho acadêmico me encheu de angústias, de enfados, e outros sentimentos pesarosos. Era preciso resumir, encontrar frases relevantes e criticar. Confesso que, quanto à criticar, não havia problema, o grande sofrimento era resumir, pois era preciso ler e reler o escrito. Tal trabalho me rendeu boa nota e um pesar de lamento por parte de meu professor, simpático aos pensamentos do "escritor" resumido e criticado. O resumo não está aqui, seria enfadonho para qualquer leitor, poupo-os deste intento. Porém aí está a crítica a esse espectro, ao espectro do comunismo.


Hoje, mais de 90 anos após a Revolução Russa e mais de 40 após Revolução Cultural Chinesa, graças a História, posso imaginar o vermelho do comunismo manchando esses dois países. A cor vermelho sangue do partido é real, reflete a morte de dezenas de milhões de pessoas que se opunham ao Regime de Stálin e Mao Tse. Porém a mancha assombrosa do Comunismo não parou por aí, persiste até hoje em jovens ingênuos fiéis a utopia de Karl Marx. Em Cuba, o Regime ainda traz um atraso que mutila a cultura e a liberdade das pessoas e, a nossa volta, na Venezuela, na Bolívia e no Equador ensaia a sua volta.
Ainda hoje Marx é tido como um dos maiores pensadores das ciências sociais, fato que reflete o sonho de igualdade e a ingenuidade de jornalistas, escritores, políticos e jovens alienados no mundo inteiro. Por diversas vezes este teórico acerta a realidade vigente na sociedade, como no antagonismo de classes, na exploração da classe trabalhadora, e de mulheres e crianças. Os problemas sociais apontados por Marx ainda são marcantes, apesar de tentativas frustradas de alguns setores da política e da sociedade de diminuir esses impactos. Porém o aflitante nele é sua utopia que não perde a validade, não é esquecida quando deveria ser execrada pela história.
Poderão alguns ingênuos ainda acreditar que Marx iria se opor ao regime de Stalin e de Mao Tse-Tung, mas em várias de suas obras fica claro seus intentos de uma derrubada violenta das coisas existentes na sociedade. O Comunismo, para ele, deveria surgir e derrubar instituições, destruir tudo o que fora conseguido com trabalho e inteligência através dos anos.
O que vejo em Karl Marx é o sonho mais ingênuo já existente, perdendo apenas para o Anarquismo. Marx acredita na união de homens igualmente oprimidos e escravizados. A História pode nos mostrar tudo de monstruoso que tais pensamentos acarretaram. Só nos resta, agora, lutar contra os resquícios da alienação comunista que ainda sonham com os “ideais” de Marx. Na história contemporânea exemplos de ex-esquerdistas podem ser seguidos, como Mário Vargas Llosa e Paulo Francis. Ambos antes marxistas se viraram contra o Partido do Sangue. Filho do primeiro, Álvaro Vargas Llosa, em artigo publicado em Veja descreve saudosistas do comunismo como “Perfeito Idiota Latino-Americano”. Ele cita os Chefes de Estado da América Latina como os populistas Hugo Chavez e Evo Moralez como sendo os principais exemplos dessa espécie horrorosa. No Brasil, apesar do Presidente Luís Inácio da Silva ser, como eles, um populista, sua forma de governo está longe do comunismo. Ainda bem.
Esse espectro, o espectro do comunismo poderá viver para sempre na literatura, como um sonho ingênuo que não leva em conta as aspirações ambiciosas dos homens. “O poder corrompe”, esse jargão está longe de ser realmente entendido pelo povo. O poder e o pensamento comunista já levaram milhões à morte. Que fique agora o bom-senso, a liberdade, a qual Marx condena como sendo burguesa, mas ainda sim liberdade. Que entre para sempre para as prateleiras de Ficção esse escrito tão assombroso que é O Manifesto Comunista.

sábado, 18 de outubro de 2008

Algumas palavras de Reinaldo Azevedo

Um dos poucos membros da imprensa brasileira que se atrevem a questionar o governo Lula, Reinaldo Azevedo, em entrevista a Edney Silvestre, na Globo News, nos fala um pouco de literatura, Goethe, Graciliano Ramos e, principalemente, sobre seu livro O País dos Petralhas.

Como não poderia deixar de ser, o jornalista e blogueiro do portal da revista Veja nos fala da deturpação do conceito "direitista" e explica o nome de seu livro que, mesmo sendo lançado há pouco, já faz parte da lista dos mais vendidos.



sexta-feira, 17 de outubro de 2008

“Fumamos maconha!” - Um ataque ao falso moralismo

Não se assuste você também, os dois afirmam não fazer mais isso

“Sim, fumamos, mas não fazemos mais isso!”, era quase esse o grito de Fernando Gabeira (PV) e Eduardo Paes (PMDB), em entrevista à Folha de São Paulo, na quinta-feira, 17. Contra o falso moralismo e todas essas bobagens que afetam homens e mulheres destes tempos, a afirmação do uso de maconha deve ter caído como um raio na hipócrita sociedade carioca. Os simpatizantes do Bispo Crivella, agora, saem às ruas aos berros: “Nós sabíamos, é o fim dos tempos!”. As igrejas agora impulsionam a sociedade a fechar as portas aos dois candidatos, “o Rio rende-se às drogas”, lamentam todos.

Óbvio, os dois últimos acontecimentos são invencionices de minha cabeça alucinada. A afirmação de Gabeira não traz surpresa a ninguém, mas, quanto a Paes, afirma apenas para não ser visto como hipócrita pelos tantos loucos que agora aderem a nosso amado Gabeira. Alegro-me com ambos. Acredito que um dos principais elementos de oposição às drogas é a aceitação desta como um mal que não deve ser ignorado. Deve-se vê-la como um câncer em estado de metástase e, assim, buscar as melhores formas de combatê-la.

De qualquer modo, ambos dão um passo a frente. Mas renovo meus votos (não literalmente, é claro!) de apoio a Gabeira. Grande distância separa minha cidade do Rio de Janeiro, mas a eleição deste traria a mim esperançosos desejos de uma política desprovida de demagogia e outros males.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Do jornalismo e sua existência



Desde sua criação, o jornalismo sempre foi alvo de discussões sobre sua importância na sociedade; quais são seus compromissos, quais benefícios é capaz de proporcionar e, principalmente, que malefícios sua atividade pode acarretar quando se torna um meio de divulgação de ideologias, quando vira uma máquina em benefício de políticos, empresas, etc. Devido à sua importância social, faz-se necessária uma revisão constante da prática jornalística. Séculos após sua criação, o jornalismo hoje é responsável por construir através da notícia a história da humanidade.

O trabalho do dia-a-dia de todos os jornalistas é fazer do acontecimento a notícia, é dar luz às milhares de ações humanas que ocorrem diariamente. Seja na política, na cultura, nos esportes ou na economia, a atividade jornalística é responsável por levar a cada um dos homens e mulheres de um país quase todas as manifestações humanas. Guerras, crimes, novas músicas, descobertas científicas, tudo é compartilhado através do jornal impresso, da revista, da televisão, do rádio e da internet.

É essa atividade diária, a transformação dos fatos mais importantes de uma cidade, um estado ou país em notícia ou reportagem, que vai construindo através dos anos a história do povo. O slogan de um jornal interiorano reflete isso com exatidão: “Presente em todos os momentos, construindo a história de nossa cidade”. É a partir desses fundamentos, levando-se em consideração a importância do jornalismo à vida das pessoas, que a prática jornalística requer uma revisão periódica.

O trabalho de trazer à sociedade uma parcela ainda que grande dos acontecimentos, já que outra parte dos fatos diários se torna desconhecida ao público – devido à seleção jornalística do que é notícia ou não – levanta questões fundamentais à profissão. O que é notícia? Perguntariam-se então os leitores. A resposta não seria algo simples, pois um emaranhado de circunstâncias intrínsecas à atividade jornalística é responsável por tornar um fato em notícia. A primeira delas é que se torna difícil a assimilação e o conhecimento de todos os acontecimentos diários. Outro fator de suma importância é o tempo. O primeiro exemplo interage com o segundo, impedindo assim que o jornalista tenha o maior número de informações relativas àquele fato e, assim, sobre os acontecimentos daquele dia.

Vencer diariamente todos esses empecilhos inerentes à profissão, de levar ao leitor, aos ouvintes e aos telespectadores a notícia desprovida de erros, objetiva e imparcial, é o dever de todos os jornalistas, e de todos os órgãos de imprensa. O jornalismo é responsável pela história que será guardada sobre os homens. Torna-se hoje senso-comum vê-lo como os olhos da população, vigiando cada esfera da sociedade, tendo a própria população como motivo para sua existência e, assim, devendo lealdade somente a ela – este um dos princípios básicos da atividade. É esse trabalho, realizado diariamente por milhares de profissionais no mundo inteiro, que vai construindo e escrevendo todas as ações humanas por todos os tempos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Reflexos da ignorância

Tudo em paz no meio esportivo, não? Inexistem crises, principalmente no meio futebolístico. Problemas! Obvio que existem, mas são tão bobos...Ora uma briguinha de torcida ali, uma arquibancada ruindo acolá, uns juizinhos comprados por bananas, a falência de grandes clubes... Básico. Tudo muito tranqüilo no mundo “bola” dos entreteiners de chuteiras e dos cartolas boçais que produzem o espetáculo de bilhões, não é jornalistas?

Não é de hoje que se sussurra o escândalo no meio esportivo. Todo mundo sabe, mas ninguém faz nada. O Por quê? Ora, pra que denunciar a má gestão de clubes se o esporte não passa de um entretenimento de pouco estímulo intelectual. Ou pior, porque comprometer cartolas se eles nos trazem os milhões. Ou seja, o jornalismo esportivo no Brasil é ruim por que é parte integrante do fisiologismo. Não trabalha como uma instituição fiscalizatória para o bem estar da modalidade que cobre. É apenas mais uma indústria esportiva, interessada em vender esporte exatamente como é vendido.

Na verdade, sabe-se pouco de política esportiva. O que se conhece é a corrente de dólares que movimenta. Isso sim é muito bem divulgado pela mídia. O jornalismo adora divulgar o valor de mercado dos super jogadores que ajudaram a construir. Afinal, toda a história vendida neste segmentos são as de grandes futebolistas que vivem o céu ou inferno astral. A cada temporada, novas e velhas estrelas são construídas e desconstruídas pelas publicações do gênero. O pouco caso das editorias esportivas vão contra os interesses dos leitores da revista. Parece-me evidente que os torcedores não gostam de ver seus times indo a boca rota. A cada ano, um forte e tradicional clube vai a lona. E a mim é a cada dia mais claro que a falência das instituições esportivas se devem a má gestão e corrupção de múmias cartolas. Mas as mídias não fazem a costura fundamental entre política e esporte. Não investiga, mal apura, teme fontes. Usa toda a sua criatividade para retransmitir o mesmo.

É nada mais do que um espelho enfeitado refletindo a dor e a alegria da ignorância