quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Manifesto do Repúdio


Há algum tempo certo trabalho acadêmico me encheu de angústias, de enfados, e outros sentimentos pesarosos. Era preciso resumir, encontrar frases relevantes e criticar. Confesso que, quanto à criticar, não havia problema, o grande sofrimento era resumir, pois era preciso ler e reler o escrito. Tal trabalho me rendeu boa nota e um pesar de lamento por parte de meu professor, simpático aos pensamentos do "escritor" resumido e criticado. O resumo não está aqui, seria enfadonho para qualquer leitor, poupo-os deste intento. Porém aí está a crítica a esse espectro, ao espectro do comunismo.


Hoje, mais de 90 anos após a Revolução Russa e mais de 40 após Revolução Cultural Chinesa, graças a História, posso imaginar o vermelho do comunismo manchando esses dois países. A cor vermelho sangue do partido é real, reflete a morte de dezenas de milhões de pessoas que se opunham ao Regime de Stálin e Mao Tse. Porém a mancha assombrosa do Comunismo não parou por aí, persiste até hoje em jovens ingênuos fiéis a utopia de Karl Marx. Em Cuba, o Regime ainda traz um atraso que mutila a cultura e a liberdade das pessoas e, a nossa volta, na Venezuela, na Bolívia e no Equador ensaia a sua volta.
Ainda hoje Marx é tido como um dos maiores pensadores das ciências sociais, fato que reflete o sonho de igualdade e a ingenuidade de jornalistas, escritores, políticos e jovens alienados no mundo inteiro. Por diversas vezes este teórico acerta a realidade vigente na sociedade, como no antagonismo de classes, na exploração da classe trabalhadora, e de mulheres e crianças. Os problemas sociais apontados por Marx ainda são marcantes, apesar de tentativas frustradas de alguns setores da política e da sociedade de diminuir esses impactos. Porém o aflitante nele é sua utopia que não perde a validade, não é esquecida quando deveria ser execrada pela história.
Poderão alguns ingênuos ainda acreditar que Marx iria se opor ao regime de Stalin e de Mao Tse-Tung, mas em várias de suas obras fica claro seus intentos de uma derrubada violenta das coisas existentes na sociedade. O Comunismo, para ele, deveria surgir e derrubar instituições, destruir tudo o que fora conseguido com trabalho e inteligência através dos anos.
O que vejo em Karl Marx é o sonho mais ingênuo já existente, perdendo apenas para o Anarquismo. Marx acredita na união de homens igualmente oprimidos e escravizados. A História pode nos mostrar tudo de monstruoso que tais pensamentos acarretaram. Só nos resta, agora, lutar contra os resquícios da alienação comunista que ainda sonham com os “ideais” de Marx. Na história contemporânea exemplos de ex-esquerdistas podem ser seguidos, como Mário Vargas Llosa e Paulo Francis. Ambos antes marxistas se viraram contra o Partido do Sangue. Filho do primeiro, Álvaro Vargas Llosa, em artigo publicado em Veja descreve saudosistas do comunismo como “Perfeito Idiota Latino-Americano”. Ele cita os Chefes de Estado da América Latina como os populistas Hugo Chavez e Evo Moralez como sendo os principais exemplos dessa espécie horrorosa. No Brasil, apesar do Presidente Luís Inácio da Silva ser, como eles, um populista, sua forma de governo está longe do comunismo. Ainda bem.
Esse espectro, o espectro do comunismo poderá viver para sempre na literatura, como um sonho ingênuo que não leva em conta as aspirações ambiciosas dos homens. “O poder corrompe”, esse jargão está longe de ser realmente entendido pelo povo. O poder e o pensamento comunista já levaram milhões à morte. Que fique agora o bom-senso, a liberdade, a qual Marx condena como sendo burguesa, mas ainda sim liberdade. Que entre para sempre para as prateleiras de Ficção esse escrito tão assombroso que é O Manifesto Comunista.

2 comentários:

Laurene disse...

Anderson: para se entender Chávez, Morales, etc. é preciso entender o nacionalismo, esse velho espectro deixado de lado pela ciência social burguesa e também pela proletária (o PSTU, por exemplo, chama Chávez de burguês)...

Laurene disse...

Oi, Anderson. Tem um artigo no meu blog justamente sobre as ambições literárias do Marx, assim como fragmentos de uma novela humorística dele (ele quis, primeiro, ser escritor).
No Marx existe uma contribuição à ciência social que nunca será esquecida.