segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Reflexos da ignorância

Tudo em paz no meio esportivo, não? Inexistem crises, principalmente no meio futebolístico. Problemas! Obvio que existem, mas são tão bobos...Ora uma briguinha de torcida ali, uma arquibancada ruindo acolá, uns juizinhos comprados por bananas, a falência de grandes clubes... Básico. Tudo muito tranqüilo no mundo “bola” dos entreteiners de chuteiras e dos cartolas boçais que produzem o espetáculo de bilhões, não é jornalistas?

Não é de hoje que se sussurra o escândalo no meio esportivo. Todo mundo sabe, mas ninguém faz nada. O Por quê? Ora, pra que denunciar a má gestão de clubes se o esporte não passa de um entretenimento de pouco estímulo intelectual. Ou pior, porque comprometer cartolas se eles nos trazem os milhões. Ou seja, o jornalismo esportivo no Brasil é ruim por que é parte integrante do fisiologismo. Não trabalha como uma instituição fiscalizatória para o bem estar da modalidade que cobre. É apenas mais uma indústria esportiva, interessada em vender esporte exatamente como é vendido.

Na verdade, sabe-se pouco de política esportiva. O que se conhece é a corrente de dólares que movimenta. Isso sim é muito bem divulgado pela mídia. O jornalismo adora divulgar o valor de mercado dos super jogadores que ajudaram a construir. Afinal, toda a história vendida neste segmentos são as de grandes futebolistas que vivem o céu ou inferno astral. A cada temporada, novas e velhas estrelas são construídas e desconstruídas pelas publicações do gênero. O pouco caso das editorias esportivas vão contra os interesses dos leitores da revista. Parece-me evidente que os torcedores não gostam de ver seus times indo a boca rota. A cada ano, um forte e tradicional clube vai a lona. E a mim é a cada dia mais claro que a falência das instituições esportivas se devem a má gestão e corrupção de múmias cartolas. Mas as mídias não fazem a costura fundamental entre política e esporte. Não investiga, mal apura, teme fontes. Usa toda a sua criatividade para retransmitir o mesmo.

É nada mais do que um espelho enfeitado refletindo a dor e a alegria da ignorância

3 comentários:

Victor Chimenez disse...

Olá caro amigo q saudades de vc, gostei desse texto , uma reflexão realista do que se tornou o jornalismo esportivo no Brasil, na verdade essa realidade não é de hj , mas de décadas , falta aos nossos jornalistas esportivos , um senso crítico sobre a política que envolve o esporte , a economia que envolve o esporte e o futebol, falta aos nossos profissionais um poder de análise reflexiva e formação de opinião. Outra coisa q merece uma análise mais crítica é quando é a gestão dos nossos clubes futebolisticos , é triste ver que em um país onde nascem grandes talentos serem vendidos a preço de banana para o velho continente recorrente da má gestão dos dirigentes brasileiros, mas é merecedor de elogios as parcerias existentes entre empresa e clubes , na verdade acho que todo clube deveria ser visto como uma empresa , que deveria prestar contas ao seus funcionários e aos seus torcedores, tendo uma estrutura não só para ajudar o departamento de futebol mas também quem sabe um investimento num fundo social, se hj a situação dos clubes de futebol no Brasil é a posterior falência e se a alternativa é firmar parcerias , porque não elogiar esse tipo de gestão administrativa?

Anderson Oliveira disse...

Insensatez, onde há futebol e o fanatismo que o permeia não há reflexão. No Brasil, talvez demore algumas décadas para que o futebol deixe de ser essa monstruosidade. Não perco meu tempo e meu raciocínio com essa sujeira.
Abraço aos dois amigos.

*Victor, onde estão seus textos?

Hercules Fernandes disse...

Sinceramente não consigo perceber jornalismo na cobertura esportiva no Brasil, o que vejo é puro entretenimento. Para haver uma discussão sobre o tema deveria mudar o conceito de cobertura esportiva, não dá para cobrar características jornalistas neste atual modelo.