sábado, 18 de outubro de 2008

Algumas palavras de Reinaldo Azevedo

Um dos poucos membros da imprensa brasileira que se atrevem a questionar o governo Lula, Reinaldo Azevedo, em entrevista a Edney Silvestre, na Globo News, nos fala um pouco de literatura, Goethe, Graciliano Ramos e, principalemente, sobre seu livro O País dos Petralhas.

Como não poderia deixar de ser, o jornalista e blogueiro do portal da revista Veja nos fala da deturpação do conceito "direitista" e explica o nome de seu livro que, mesmo sendo lançado há pouco, já faz parte da lista dos mais vendidos.



4 comentários:

Laurene disse...

Oi, Anderson. Eu só faço um reparo à parte cultural da entrevista: ficou parecendo que Grande Sertão é derivado de Fausto.
E pelo menos uma diferença é fundamental: Fausto virou clássico e regra e Rosa é clássica da experimentação e do desvio.
Quanto à parte política, já disse no blog do GT: de quê adianta tanta volúpia combativa, se Reinaldo não quer mudar a política econômica?

Anderson Oliveira disse...

O problema do Governo PT, para Reinaldo Azevedo, não é tanto de ordem econômica. A política econômica nacional é a mesma desde o mandato de FHC. O que Reinaldo condena é essa politica de tranferência de renda absolutamente assistencialista, sem a tomada de medidas a longo prazo. O bolsa-família já é assunto gasto, onde estão elementos mais paupáveis nessa busca por menor desigualdade econômica?
Reinaldo está certo quando diz, nesta mesma entrevista, que o pensamento esquerdista é o de que a desigualdade e a injustiça serão combatidas através da queda das normas sociais vigentes. Aqui o entrevistado fala que esquerdistas não hesitam em transgredir as leis. No Manifesto, para o qual faço uma crítica acima, Marx pede a derrubada de tudo, a trangressão às leis, guerras em nome de uma realidade utópica.
Mas voltando, economicamente Lula não segue a história esquerdista, apesar da amizade com os "perfeitos idiotas latino-americanos", não pôde ou não quis impregnar nosso país com a desordem que agora assola Bolívia e Equador. Assim, a política econômica brasileira não deve ser alterada.

Laurene disse...

Oi, Anderson. Entendi perfeitamente esse ponto, mas simplesmente acredito no Marx quando ele diz que a economia determina muito o curso do resto todo. Portanto, se alguém não propõe mudar a economia, me deixa descrente: quer mesmo é revezamento de oligarquias. Muda pouco ou nada.
Olhe, tudo bem quanto a não gostar do Marx, mas suas críticas são muito externas ao que ele diz e propõe. E que nota o professor deu?
Existem críticas melhores: a do Eliade, por exemplo, que o relaciona ao messianismo judeu. Realmente, ele espera um profeta redentor: o proletariado, que vai colocar o mundo de ponta cabeça, ou seja, acertá-lo (para ele, nesse mundo a ordem é injusta e precisa ser mudada).

Anderson Oliveira disse...

Sim, realmente Marx contribuiu e muito para as ciências sociais. Mas o que discuto não é isso, e sim a sua proposta para um mundo mais igualitário. A intervenção do estado sobre a economia pode sim diminuir a desigualdade, porém passando longe do comunismo, este eria o extremo.
Quanto ao trabalho, conforme escrevi, tive nota máxima: A, ou seja, entre 9 e 10.